Saltar para o conteúdo

Críticas

Cineplayers

Uma comédia, um drama e um romance em um mesmo pacote. Bem acima da média.

7,0

Um filme de Natal que chegou atrasado aos cinemas daqui. Porém, seu forte não é o espírito natalino - este fica em segundo plano - e sim a quantidade enorme de mensagens e lições de moral que o filme traz. Ele consegue ser um bom drama, uma comédia muito boa e também funciona como um romance bonitinho. Tem também como destaque a atriz Sarah Jessica Parker, que finalmente resolveu (ou finalmente obteve a chance) voltar ao cinema em um papel de destaque, após uns anos fora. Finalmente, a outra característica marcante de Tudo em Família é o seu próprio elenco, que traz nomes muito bons, além da própria Sarah. Tudo isso misturado, por incrível que pareça, funciona.

É Natal! A família Stone vai se reunir para a celebração anual (...). Bem, dane-se a sinopse. Sarah Parker é Meredith, a certinha, a formal; Claire Danes é Julie, a sua irmã bonita e descolada; Rachel McAdams é Amy, a irmã chata do candidato a noivo de Meredith (Dermot Mulroney) (...). O elenco tem ainda Diane Keaton, que faz a mãe da maioria dessa gente e tem seus graves problemas. Uma grande salada, o filme foi vendido principalmente pelo seu elenco de peso. Mas para ele dar certo precisariam de um grande diretor. O sujeito é o semi-novato (então bem desconhecido) Thomas Bezucha. Sua direção é eficiente e, embora não apresente nada de novo em estilo, consegue manter um bom ritmo na maioria das cenas.

O roteiro coloca diversas questões interessantes. Preconceito contra os gays. Pré-julgamentos ou pré-concepções sobre as pessoas e suas aparências. Por conta disso, há vários personagens com os quais o espectador irá se identificar e outros que achará simplesmente irritantes. No final das contas, todos são humanos e suscetíveis a erros e a acertos. É uma mensagem simples mas de real valor. O filme apresenta ela muito bem misturando todos aqueles gêneros. Há momentos simplesmente hilariantes, de comédia visual mesmo, constrastando-se com outros momentos dramáticos mais intensos. Alguns dirão que o filme é uma bagunça e que não sabe se decidir de qual gênero ele é. Mas isso é bobagem: o bom elenco e a boa qualidade das cenas garantem que ele jamais fique piegas ou sentimental demais.

Tecnicamente é um trabalho bonito. Um filme urbano de cidade de interior com muita neve garante a fotografia lindíssima. Os sets de bom gosto garantem um clima natalino aconchegante, como se convidando o espectador a estar na casa da família Stone - sem a baderna de se ter tanta gente de personalidade difícil dentro dela, claro. A trilha sonora sutil mas graciosa também agrada. Os amantes do cinema clássico reconhecerão Judy Garland em Meet Me in St. Louis, como uma espécie de auto-referência ao próprio filme. Enfim, há um bocado de detalhes sutis que fazem desta uma produção muito caprichada e bastante acima da média, de bom gosto e bem divertida. Um trabalho com um conteúdo bem decente que merece ser assistido, sem dúvida.

Comentários (0)

Faça login para comentar.