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Críticas

Cineplayers

Sofia Coppola aparecia ao mundo como diretora em um belo trabalho. Cercado de alguns problemas, é verdade, mas mostrando bom potencial.

7,0

Confesso que fiquei com pena de Andy Garcia em O Poderoso Chefão 3, simular uma paixão por Sofia Coppola, e nem poder reclamar pois seu chefe era nada mais nada menos que o próprio pai dela, o talentoso Francis Ford Coppola, é duro. Anos se passaram e pelo jeito a filha mimada parece ter amadurecido, tanto que conseguiu fôlego para filmar seu primeiro longa-metragem, As Virgens Suicidas (produzido pelo papai Coppola).

O filme é baseado no livro de Jeffrey Eugenides, que fala sobre as irmãs Lisbon, meninas que chocaram os Estados Unidos na década de 70. Aparentemente Jeffrey fazia parte de um grupo de meninos vizinhos a elas. Este é o ambiente escolhido por Sofia para contar sua história que se passa aos olhos de inocentes garotos, habitantes de uma típica cidade interiorana americana, que se comunicam com as irmãs Lisbon através de músicas tocadas pelo telefone. Até aqui o filme pareceria mais uma história americana clichê, no entanto, logo em uma de suas primeiras cenas, Cecilia (Hanna R. Hall), a irmã Lisbon mais nova, tenta cometer suicídio e, após o fracasso, seus pais, um professor de matemática e sua mulher religiosa fervorosa, tentam integrá-las à comunidade, seguindo sugestões de um psicólogo.

Tempos depois, a mesma Cecília teve êxito em sua tentativa suicida, jogando-se diretamente na grade debaixo da janela de seu quarto, enquanto uma festa acontecia nos porões de sua casa. A família Lisbon é composta dos respectivos pais já citados, Cecília e mais quatro irmãs. Vale salientar que todas são muito belas e apesar de toda a beleza, não são líderes de torcida no colegial e muito menos prostitutas infantis. Todas sofrem com o isolamento e superproteção impostas pela mãe que lhes proibe qualquer tipo de contato social com rapazes. Esta intervenção social só atiça as garotas a procurarem meios de fugir às rígidas regras fixadas pela mãe.

As Virgens Suicidas enfoca muito diretamente em cada personagem, exigindo muito de cada ator. Nesta questão, Kirsten Dunst (Lux Lisbon) consegue se sobressair dos demais, ganhando maior destaque com sua atuação e beleza. Lux Lisbon chega a ter um caso com o playboy da história, Trip Fontaine (Josh Hartnett) e, a partir de um ponto nesta relação, os problemas começam de vez na família Lisbon.

O melhor do filme sem dúvida nenhuma é seu começo aterrorizador, assustador de certa forma. O filme é pretensioso ao extremo, retrata toda fantasia adolescente, alienação, cultura pop e outras características que com o decorrer da fita só tendem a piorar. O filme obteve êxito em inserir o espectador dentro da trama, isto é fato, porém faltou maturidade à diretora em transcorrer uma narrativa mais pessoal e menos cansativa. A sensibilidade imposta, o cotidiano morto que retrata bem a monotonia oprimida das pobres garotas é outro ponto positivo do filme. Mesmo que tenha faltado experiência à diretora, já em algumas cenas de seu primeiro filme ela mostrou que tem habilidade e talento. Deixou escapar um bom filme já no meio dele, mas valeu a intenção, a história complexa e ambiciosa merecia mais alguns retoques e anuências.

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