Uma maneira engenhosa de contar uma memória terrível. Um fragmento da história que precisa ser lembrado para que consigamos nos conectar com nossa própria humanidade. Os terrores que foram cometidos contra o povo da Estônia e o povo de outras nações, os cruéis atos de conquista, opressão, perseguição, tentativas de genocídio, nunca devem ser esquecidos.
Esses crimes atrozes não são menosprezados por pessoas pacíficas em todos os lugares que desejam um mundo seguro com respeito à vida em todas as suas formas encantadoras. Toda essa dor sofrida por essas vítimas inocentes repercute por gerações sob a forma de famílias dilaceradas e vidas destruídas. E é exatamente isso que Ülo Pikkov tenta transmitir no seu belo curta-metragem "Memória Corporal".
A interiorização. A dor e o medo expelidos são reais. Estão ali. É só questão de percepção, espectador. E o ponto alto de tudo é certamente quando o diretor utiliza a técnica de quadro-a-quadro (stop motion) em barbantes — fazendo analogia às tentativas, mesmo que fracassadas, de resistência —, propondo uma reflexão sobre aquilo que é gélido. Um processo gradativamente sufocante, claustrofóbico. Uma guerra interna e externa que nunca cessará.
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