O fracasso, a decadência e toda a melancolia de um homem perdidos dentro de um copo de whisky. É sobre esse nível totalmente dramático e cru do alcoolismo que Billy Wilder retrata e leva o Oscar.
O perfil do personagem principal já é levado á tona de maneira bem clara logo na cena inicial, tamanho o seu vício ele esconde uma garrafa de whisky pendurada na janela de seu apartamento afim de esconder de seu irmão e de sua namorada. Sua obsessão por bebida o leva a escondê-la nos lugares mais remotos de sua moradia, e até a furtar dinheiro para beber no bar mais próximo. Don Birnam já é conhecido pela cidade como o escândalo da família, o gentil moço que bebe, os barmans já foram recomendados por seu irmão a não vender bebida alcoólica nenhuma para ele, mas perante uma nota de dez dólares eles sucumbem mostrando que a sociedade despreza esse tipo de gente.
Ray Milland é o grande destaque do longa, principalmente nos momentos de embriaguez do protagonista, seu modo de falar, andar e se expressar foram perfeitos para intepretar uma pessoa fora de suas condições normais e possuída pelo álcool.
Billy Wilder presenteou o cinema com sua direção totalmente controladora das cenas, a dramática trilha sonora que é um dos fatores do sucesso da projeção, a precisa edição que intercala entre as histórias contadas que Don planeja colocá-las em um livro e o momento de boêmia no bar. Outra coisa impossível de não se notar é a belíssima fotografia em preto-e-branco.
"Farrapo Humano" não é filme para pessoas que só querem entretenimento e diversão do cinema, exige um público mais maduro, racional e culto. Um ótimo filme para ser passado no AA, uma grande tragédia de vida contada com maestria.
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