Sobrenatural e instigante, o último grande filme de sua carreira é uma aula de suspense sobrenatural com uma nova temática interessante e deslumbrante.
Os Pássaros para mim foi aquele tipo de longa que no começo extrapola na construção dos personagens, perdendo muito tempo e explorando desnecessariamente o drama do roteiro, lento demais, parecia que o clímax jamais iria chegar, quando na verdade ele é apresentado aos poucos: uma gaivotinha atacando ali, outra caindo aqui e quando menos se espera, mesmo após toda a lerdeza da história, estamos envolvidos com o climão, com medo e nos imaginamos no lugar das personagens: por que isso? E agora, o que fazer?
Os efeitos visuais envelheceram mal, hoje não botam medo em ninguém, mas há 50 anos atrás era algo totalmente inovador no cinema, e é interessante ver como Hitchcock manuseia isso tudo e ainda, como possui total controle das difíceis cenas de ataques dos pássaros e sua reorganização para atacar em intervalos, é simplesmente a Sétima Arte em sua melhor qualidade, atuações irretocáveis, atores dominando completamente a técnica teatral, nos momentos de drama e de pavor, tudo feito beirando a perfeição, inclusive a explosão no posto de gasolina.
Foi de se estranhar aquele final, no momento em que menos esperamos a projeção chega ao fim, sem um costumeiro final feliz. Dessa vez, por abandonar suspenses humanos e abordar a natureza, o que quis ser mostrado é que passarão a viver um horror sem fim, principalmente enquanto destruírmos o habitat natural das outras espécies, aqui quem promoveu a revolução foram os pássaros. É algo sobrenatural, por isso nada de explicações explícitas, tudo permanece no meio filosófico e complexo, qualquer tentativa de resenha por meio de palavras são meras especulações.
Após uma reflexão inteira sobre o que acaba de ser apresentado na tela, percebe-se que foi mais um suspense hitchcockiano utilizando-se muito bem do lado psicológico e oculto da coisa, dessa vez elevando isso com um tema que busca ainda mais a racionalidade das pessoas após seu término. Um clássico indiscutível.
Comentários (0)
Faça login para comentar.
Responder Comentário