Quando Pierre Boulle escreveu seu mais famoso romance, "Planeta dos Macacos", ele não fazia ideia da franquia milionária que estaria por vir e da sua imensa contribuição para a cultura pop. Pouco tempo depois veio Charlton Heston e a primeira adaptação para os cinemas. "No fundo, todos somos apaixonados por ficção científica", disse o ator sobre o filme. Mesmo alterando partes da história original, foi um imenso sucesso e um dos filmes mais comentados daquele ano - tendo quatro continuações de qualidade bem duvidosa.
Foi somente em 2001 que a franquia teve uma nova tentativa nas telonas, com a fraquíssima versão de Tim Burton, que como de costume, tenta imprimir sua cara aos filmes que dirige. O resultado não agradou e Planeta dos Macacos aparentemente estava enterrado de vez. Porém dez anos depois, inicia-se um reboot, tentando contar a história desde o seu início. Os dois primeiros bons filmes garantiram que este "Planeta dos Macacos: A Guerra" existisse. E o desempenho continua bastante satisfatório.
Após os eventos do segundo filme, Caesar e os demais macacos serão forçados a entrar em conflito com os humanos para poderem salvar os membros de sua espécie e satisfazerem suas vinganças pessoais. Contada dessa forma tão simplista, o enredo parece ser comum, mas na verdade ele é bem mais profundo do que aparenta. Os debates filosóficos acerca do militarismo, do racismo (ou especismo, no caso) e dos valores - característica presente na série desde o primeiro filme - estão mais presentes e tiveram um capricho a parte.
Claro que nem tudo são flores. O filme é longo demais - o segundo ato (a jornada do trio de amigos) é lentamente executado e para um macaco inteligente, foi uma grande burrice do César invadir uma base militar sozinho. Mas para os fãs da franquia, o presente especial do roteiro revela-se em algumas referências à obra de 1968, inclusive respondendo questões que eram dúvidas desde o início - como o motivo dos humanos serem mudos, por exemplo -, pode-se ver essas referências no nome do filho do Caesar; ao próprio fato dos humanos perderem sua fala - o que não acontecia na versão de Burton; ao nome dado pelos símios à garota encontrada, entre outras espalhadas pelo filme. Sobre os atores. Competentes. Exceção feita Andy Serkis, que está realmente excelente, dando sempre um show a parte.
O ato final é belo, bem executado e os efeitos especiais e visuais estão impecáveis como sempre. Para os fãs da franquia, mais um grande capítulo. A série poderia ser encerrada por aqui; mas nunca se sabe (ou melhor, sabe-se sim) quanto a ganância de Hollywood falará mais alto.
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