O longa de Jorge Furtado nos leva a ter orgulho do cinema brasileiro, faz respirar fundo e pensar: Estamos no caminho certo.
É uma comédia sarcástica, muito bem sacada e extremamente bem elaborada, que nos arranca risadas, não escandalosas e escrotas como as que vem de muitas comédias norte-americanas como As branquelas, mas risadas interiores, que externam-se com o tempo e risadas mentais, que nos fazem pensar: Como ele teve a audácia de pensar nisso?
Saneamento Básico faz do cinema o agente civilizador de um pequeno vilarejo de Porto Alegre já que é através dele que conseguem realizar a obra que por anos almejaram. O humor do filme está nas entrelinhas. Está na confusão dos personagens, que querem fazer um curta de dez minutos mas não sabem sequer o que é ficção. Está na inocência deles ao orgulharem-se do trabalho feito e no susto que levam ao concluir que era tudo uma porcaria. O humor está na coragem da iniciativa e principalmente, na filmagem do curta. É hilário.
As atuações são ótimas. Só de olhar pra cara da Fernanda Torres, começo a dar risadas. Ela faz da sua personagem, que é a menos caricata do filme, algo tão completo, que sabemos o que ela quer passar apenas com o olhar. Wagner Moura e Pedro Garcia sustentam seus papéis muito bem e arrancam boas risadas também. Camila Pitanga faz sua Silene de forma magistral. Tem uma atuação maravilhosa, completando o destaque feminino no filme. Lázaro Ramos, que só aparece no final, deixa sua marca registrada no filme ao fazer de forma magistral o papel do diretor puxa saco que na verdade não sabe nada e que só quer pegar a atriz principal.
O filme ironiza clichês do cinema e arranca muitas risadas com isso. Além disso, é capaz de dar cara ao cinema brasileiro e fazer dele não somente uma cópia mal feita do cinema norte-americano.
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