Delicioso clássico cult francês que reaviva nossa esperança nas pessoas e em nós mesmos.
O Fabuloso Destino de Amélie Poulain é um belíssimo filme sobre a importância de saber aproveitar os pequenos prazeres da vida, de se abrir para o mundo e partilhar a vida com outros através do altruísmo. São raros os filmes atuais que abraçam a tese de que (pelo menos a maioria) das pessoas no mundo são boas. A trama, até bem simples, acompanha a tragicômica vida da excêntrica Amélie Poulain(brilhantemente interpretada pela então promessa do cinema francês Audrey Tautou, com pouco mais de 20 anos na época), uma tímida garçonete que trabalha em um pequeno restaurante no centro de Paris. Vivendo uma vida discreta sozinha em seu apartamento, sua vida muda repentinamente depois que ela encontra um antigo tesouro de infância perdido que pertencia a um antigo morador do seu apartamento, então ela, desesperada pela perspectiva de passar toda a vida só e sem ter feito nada de útil até ali, decide encontrar o dono do artefato e devolver a ele. A partir daí, ela decide ajudar indiretamente todos à sua volta enquanto tenta lidar com o próprio isolamento. Não é um filme para todos, no entanto. Todas as afetações visuais e narrativas do cinema europeu estão presentes, e a linha otimista e, até certo ponto, utópica do filme em relação a eficácia de se fazer o bem pode irritar os cinéfilos mais cerebrais. E é claro que se trata de mais uma comédia romântica de trama previsível, em que você sabe que tudo vai acabar bem...Mas o que engrandece este modesto filme francês é justamente a forma como o diretor/roteirista Jean-Pierre Jeunet abraça os clichês inerentes desse tipo de filme e consegue, de certa forma, subvertê-los adicionando mais profundidade na linguagem cinematográfica para um filme de tal gênero. É impressionante como o diretor consegue elevar uma trama tão simples ao desenvolver o arco de cada personagem de uma forma dinâmica e criativa, isso nos deixa completamente envolvidos emocionalmente com cada um deles, nos importando com os seus destinos. O que fica para nós é a boa lição de que não custa nada tentar ser bom, simplificar a vida e, nem que seja de vez em quando, ajudar o próximo. Nós todos podemos ser heróis de nossas próprias causas! Basta um pouco de boa vontade...
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