A primeira impressão que tive ao ver o cartaz deste filme foi que seria mais um filme de terror requentado, regado de sustos gratuitos. Só que eu não imaginava que seria numa escala tão superlativa!
A sinopse é a seguinte: a jovem Casey Beldon está tendo sonhos envolvendo um menino de olhos azuis. Eles se tornam recorrentes após seu vizinho de 4 anos, do qual ela cuida eventualmente, começar a fazer declarações sem nexo e a agir estranhamente. A partir daí a moça passa a acreditar que esteja sendo atormentada por um espírito.
A atriz Odette Yustman, que teve seu debute em "Cloverfield - monstro", interpreta aqui a jovem Casey.
Acredito que por ser ela dona de um rosto perfeito e uma silhueta desejável, o fator mais requisitado para sua escalação foi exatamente a beleza - acima até mesmo do talento - , já que a mesma iria ter seus atributos físicos ostentados no video.
Ela também possui uma certa expressão, porém, não o suficiente para segurar o filme, nem sequer para criar empatia no espectador.
Quanto ao restante do elenco, digo o mesmo: tem expressão, mas não o suficiente para salvar a película.
O roteiro, como já supracitado, é uma sucessão de clichês ininterruptos. Sua concepção não difere em nada dos filmes de terror já lançados. O que poderia ser apresentado como reminiscência, não passa de uma cópia barata. O pior é que não só de um filme, mas sim, de uma lista!
Com certeza o público irá identificar referências de "O chamado", "O grito", "O olho do mal", "O exorcista"... e a relação só se estende. Chega a ser constrangedor!
Eu mesmo, ao assistir o filme, citava em meio às cenas os outros possíveis filmes que, supostamente, inspiraram a idealização das mesmas.
A direção também erra, entregando um desenvolvimento aborrecido e confuso, culminando em cenas corridas em que quase chegam a ser aleatórias. A mocinha, por exemplo, ao mesmo tempo em que está uma cena na faculdade, aparece em outra tomando banho, sem qualquer ligação entre si.
Sem falar nos vários flashbacks misturando-se ao tempo real, tornando tudo muito superficial e chato.
O único destaque do filme são os efeitos especiais e a coloração azulada das cenas, porém, em alguns casos, o gráfico dá origem à figuras bizarras que não contribuem em nada para com a estória. São só sustos forçados. Isso porque os enredos em si são uma verdadeira salada.
A cena no banheiro da boate mesmo, com Casey rodeada de bichos nojentos, com direito a aparição de fantasma e tudo, é totalmente descabida.
A postura de Casey também não convence muito. Ela possui uma curiosidade exacerbada, totalmente proposital para desencadear as situações mais assustadoras.
Até mesmo ir sozinha de madrugada à um hospital para encontrar uma velha suspeita e esquiva, não soa como anormal para ela.
Já a cena final que, contém a parte mais movimentada do filme, soa até interessante, ainda mais pela sessão de exorcismo, mas quando o tal espírito que persegue a estrela do filme, passa a incorporar pessoas próximas a ela para atacá-la - inspiração que acredito ter vindo do longa "O jogo dos espíritos" -, faz desandar o único momento do filme em que poderia se ter proveito.
Concluindo, o diretor e roteirista da película, David S. Goyer, talvez por preguiça ou por conveniência, não sei (...), criou a maior colcha de retalhos cinematográfica já produzida.
Por isso, eu não recomendo este longa sem conteúdo, sem originalidade e recheado de mesmice.
Se alguém quer ver um filme de terror atípico, corra de "Alma perdida"!
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