"Uma fábula adorável sobre o preconceito e o perigo da complacência"
Babe: Um Porquinho Atrapalhado (Babe, 1995) foi uma das gratas surpresas do ano de seu lançamento. Sucesso de público e crítica, a fábula de Chris Noonan e George Miller se utiliza de uma simples estória infantil para tratar de temas importantes da sociedade, como preconceito, ignorância, senso comum e os fatos da vida, tudo com uma leveza, inteligência e sensibilidade que impressionam ainda hoje.
Baseado no romance de Dick King-Smith, o filme obteve sucesso graças a sua incrível capacidade de se comunicar com o público de todas as idades, justamente pela aparente simplicidade de sua estória, que narra as desventuras de Babe, um pequeno e inocente porquinho, que ao chegar a uma idílica e humilde fazenda, muda a vida de todos os habitantes daquele lugar, graças ao seu espírito questionador e aventureiro, não aceitando as coisas como elas são. O texto é brilhante, como no momento em que Flecha tenta conversar com as ovelhas, sem sucesso a princípio, haja vista a "burrice" das ovelhas ou a "ignorância" dos cães pastores, como denuncia ironicamente o narrador da estória.
Um dos grandes responsáveis pelo sucesso da obra, foram os criativos efeitos especiais, que se utilizam das mais diferentes técnicas (stop-motion, animatrônicos e CGI) para tornar tudo aquilo possível. Nunca um filme com esta abordagem (animais falantes) tinha conquistado tamanho realismo. Além dos efeitos soberbos, impressiona também a idílica direção de arte, a fotografia acolhedora, a precisão da montagem ou de sua singela trilha sonora. O filme foi indicado a 7 Oscars, sendo eles: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Ator Coadjuvante (James Cromwell, ótimo), Melhor Montagem, Melhor Direção de Arte e Melhores Efeitos Especiais, levando este último para casa.
O fato é que Babe: Um Porquinho Atrapalhado é uma fábula muito mais inteligente e sincera do que se supõe inicialmente, e nos ensina que não devemos julgar as coisas pela aparência ou aceitar as coisas como elas são, somente porque fomos ensinados a pensar assim. E uma coisa fica clara ao final da sessão: o cinema e o público precisam de mais produções como esta.
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