Lupas (22)

Dúvidas, medos e suspense na medida certa, mais um Hitchcock de bom nível.

Tenho comigo que o cinema de Hitchcock em geral sempre agrada mais aos outros do que a mim. Que filme borocoxô.

Hitchcock vai para o subúrbio americano para mostrar que nem tudo é o que parece, que por vezes a ignorância é uma benção, que o mundo de aparências e sujeira debaixo do tapete cobra seu preço. Filme imperdível do mestre.

10/06/2020.

Um desses filmaços para lembrar a qualquer cinéfilo(a) esquecido(a) o quão delicioso Hitch encarava o Cinema: Um emocionante jogo de xadrez impecavelmente planejado e executado. De quebra, a forte sub-trama sobre emancipação feminina é a cereja do bolo.

A monotonia dos filmes bem realizados de Hitchcock.

Fiquei completamente avoado neste filme tão desinteressante.

A brincadeira de ser enganado. Dentro e fora da projeção.

São os pequenos detalhes, os pequenos closes, os pequenos olhares que fazem um grande Hitchcock. E Shadow of a Doubt tem tudo isso de sobra.

O "clímax" (em teoria, já que cabe discussão) deixa a desejar (impressionante é que anteriormente há um punhado de cenas brilhantes), mas tirando isso é um puta suspense.

Um suspense eficiente e instigante. O contexto da cena final, no trem, já é uma marca própria vindo de Hitchcock.

21/12/11

Era um dos filmes preferidos do Hitchcock entre todos os que ele fez e não é difícil entender o porquê, pra ficar em um só exemplo, a cena da biblioteca é certamente uma de suas sequencias mais sofisticadas e angustiantes.

História eficiente, que vai crescendo e ficando mais interessante a cada minuto. Hitchcock já esboçava sua genialidade, com o desfecho do personagem de Cotten.

Um eficiente jogo de essência x aparência conduzido com as mãos hábeis de um realizador afeito a perscrutar o lado sombrio dos homens. A desconfiança pode levar a descobertas aterradoras.

Uma das minhas obras hitchcockianas prediletas, onde quase tudo se encaixa: atuações, trilha sonora, roteiro, um clímax poderoso, etc...

Hitch embalado com o impressionismo alemão, com sua câmera cheia de ângulos e sombras enormes. Joseph Cotten, charmosíssimo, está muto bem e a cena da garagem enfumaçada é a melhor. Peca na trilha exagerada e irregular e Teresa Wright por vezes chata.

O diretor usa de expressionismo e o denota com grande força para a beleza de um quase surreal suspense.

Não é à toa que este era o filme favorito do próprio Hitchcock, que demonstra aqui toda a sua habilidade na construção de suspense. E isso sem falar nos toques expressionistas, que abrilhantam ainda mais este trabalho do mestre.

Muito bom, desta vez Hitchcock coloca um assassino para atormentar a própria família.