Filosofando através de um texto juvenil, a experimentação de guerrilha de Smith marca pelas suas contradições, extraindo complexidade de situações muito simples, realizando um filme de esquetes que dialogam com unicidade, nem sempre sacando os limites da bobagem ou falatório. Tem momentos inspirados.
Bastante divertido, tanto quanto é banal.
Mas é essa amostra do cotidiano, das conversas sobre qualquer assunto - sem alongar para nada além da vida deles, balconistas de loja - que está o destaque.
A relação com os clientes é cheia de detalhes.
Apesar da escatologia proeminente há vida no roteiro. Existem observações e sacadas muito inteligentes. Um filme que resgata a energia ou a falta dela da adolescência dos anos 90. Muito legal.
O cinema americano dos anos 90 começou com um sopro de criatividade vindo principalmente de cineastas independentes como Tarantino, Hal Hartley e Kevin Smith que tem nesse Clerks a imagem(quase Hughesiana) dos jovens de seu época.
A jornada banal, aleatória e meio nonsense de um grupo de jovens com aqueles problemas típicos, conversas ordinárias e casuais, insights divertidos: tudo em um dia qualquer, deixando a simplicidade e o humor ácido tomarem conta do pedaço.
Muitos dos episódios são meio cansativos. Apesar disso, as referências cotidianas, o clima descompromissado e os papos informais
garantem algumas situações legais, como a do velório. Em suma, irregular e marotão.
Ótimo filme de Kevin Smith, divertido de se acompanhar com um clima underground e ainda te faz refletir. Mais um filme independente dos 90 bem característico!