Lupas (23)

Documento histórico. Peça de resistência. Um marco imprescindível no campo das artes no século XX. "Roma, Cidade Aberta" é da aquela espécie de filme que deveria ser exibido nas escolas - tanto pelo seu contexto histórico, de produção, por sua enorme influência no Cinema realizado posteriormente. Imprescindível!

Dá esperança com uma mão e tira com a outra. Em seguida te esbofeteia e você sai com a cara ardendo.

Não importa quando longo o inverno seja, a primavera sempre virá. Tanto na vida, como na arte. "Roma, città aperta" é a prova disso. Rosselini usa a apreensão de liberdade que vivenciou na Itália para expressar, não somente um grito político, mas um novo movimento artístico.

A dignidade e o cinismo são conduzidos magistralmente por Rossellini nesse atestado antiguerra. As dores da guerra não residem tanto na eliminação física de seres humanos, mas na nulificação completa da compaixão. Ainda relevante em tempos de crescente individualismo e otherism em praticamente todo o globo.

Direção e roteiro poderia ter sido melhor, mas é um ótimo filme. Destaque pra ótima atuação de Anna Magnani. Não é por acaso que é um marco na história do cinema. Grande filme.

Foge do padrão dos outros filmes do gênero; apresenta uma estória mais lenta, sem grandes acontecimentos; o que acaba gerando um filme insípido, sem emoção (exceto pela cena do tiro) e com personagens tão desinteressantes quanto a própria trama.

Tem um inesperado lado cômico que provavelmente o ajudou a sobreviver às intempéries do tempo.

Visão devastadora de um momento tão próximo de sua existência, com grande naturalidade narrativa, personagens realistas e um tom gradativo de melancolia que te desafia a procurar esperança. Um filme feito para seu tempo, indo muito além dele.

Realizado logo depois da libertação da capital italiana, o filme conta com as magistrais interpretações de Anna Magnani e Aldo Fabrizi. É antológica a cena da morte de Pina, personagem de Magnani.

Começa uma choradeira com esse papinho de resistência, no qual padres e comunistas dividem o palanque. Depois de um imenso chrorô, o filme cresce muito e nos vemos realmente diante de uma obra relevante (falo dos 20 minutos finais com seus belos diálogos)

Filme bastante fraco, com personagens desinteressantes que vale a pena ser conferido por ser um marco inicial de um movimento de vanguarda mas não deveria ser levado tão à sério.

12/12/07

Personagens toscos, com atuações ainda mais toscas.

A dicotomia entre nazismo e catolicismo, arquitetada por Rossellini, ou é muito mal-intencionada ou muito ingênua. O acordo entre o Vaticano e o Reich nazista de 8 de julho de 1933 e a própria História o desmentem.

Rossellini entrou pra história com um filme manifesto do neo-realismo italiano, mas independente disso, cria uma obra bem interessante, enfatizando o nojo nazista e em alguns raros momentos, até certo arrependimento de um dos figurões alemão.

Um filme emblemático que, apesar do ritmo irregular, oferece passagens de reflexão oportuna. Rossellini foi corajoso ao revolver uma ferida ainda tão recente à época.

O filme tem o seu valor histórico para o cinema e um importante valor político, além de algumas belas passagens, mas é duro aguentar algumas coisas como o papel de protagonista conferido a um padre, que se torna quase mártir, e o alemão consciente no fim

Que canseira...

Documento histórico da 2ª Guerra Mundial, "Roma, Cidade Aberta" é um grande filme, visceral e humano, assim como a proposta do neo-realismo italiano.

Um verdadeiro gênio do cinema não é apenas o que faz o melhor filme da sua carreira logo na primeira tentativa: É o que consegue retratar períodos fatídicos da humanidade de uma forma única e inesquecível na tela. Essa é a salvação do cinema, sempre será.