O estilo austero de Bresson dificulta em parte a relação com os personagens e a história, mas há uma certa sensibilidade no subtexto que chama mais a atenção. O jovem padre sintetiza angústias e fragilidades humanas que ninguém quer ter, mas às quais está suscetível em maior ou menor grau.
"Bresson adaptou quase frase por frase o romance de Bernanos, porém, com enfoques distintos: onde Bernanos foi violento, exuberante, concreto e visual, Bresson foi seco, contido, abstrato e intelectual." Definição perfeita! Confesso q foi difícil assitir (levei quase 4h kkkk), mas foi importante pra compreender melhor o anticlímax do Bresson (q continuo não gostando, acho de uma frieza tediosa, intelectual chato, mas respeito). Forma a parte, o conteúdo é mto bom, acho q curtiria + o livro.
A edição na primeira metade é sofrível. E todo o lado filosófico do filme não passa de algo completamente artificial, com uma abordagem nem um pouco inspirada. Bresson fala de existencialismo aqui, como 50 Tons de Cinza fala de sexo.
Primeiro filme onde Bresson consegue imprimir seu estilo austero de filmagem, "Diário" é um poderoso estudo sobre a amargura existencial de um homem que tem à fé e o humanismo como base, mas que está inserido em uma sociedade hipócrita e corrompida.
05/03/11 -Bresson adaptou o livro de maneira contida e racional, dirigindo com rigor seus atores amadores e mostrando dominio total na composição visual do filme. Uma obra que confronta questões religiosas como a fé e a moral de maneira bastante profunda.