Quem nunca saiu para andar só pela necessidade estranha e absoluta de.. andar? A vida é tão sem sentido, por vezes, que vagar por vagar parece ter mais sentido. Já que Gus Van Sant é o cineasta da rebeldia do jovem estado-unidense (em suas diferentes formas de expressar isso), nada como Gerry, para evidenciar esta inquietude distante e silenciosa.
A história até que é boa, mas o estilo autoral de Van Sant torna o filme bem cansativo, apesar de ser visualmente interessante e possuir aqueles travellings que eu adoro.
Incógnito. Van Sant mostra um ambiente que pode ser um simples e enorme vazio ou esconder as maiores dúvidas da vida. O espectador se sente igual aos personagens, como se fossem um só (quem sabe não são?), seguindo esse rumo muito bem filmado. Curioso.
Porque fornecer apenas um caminho para as sensações do espectador, porque esse caminho não deve ser ambíguo quando pode ou até deve ser? A obra-prima de Gus Van Sant, um dos melhores contadores de história em atividade.
Um filme desconfortável, que me deixou desnorteado no final mas não menos maravilhoso. O filme responsável pela guinada na carreira do Gus Van Sant, de diretor comercial à diretor autoral e um dos melhores dessa época