- Direção
- Billy Wilder
- Roteiro:
- Billy Wilder, I.A.L. Diamond
- Gênero:
- Drama
- Origem:
- Alemanha Ocidental, França
- Estreia:
- 31/12/1969
- Duração:
- 114 minutos
- Prêmios:
- 31° Festival de Cannes - 1978
Lupas (20)
-
Poderia ser o testamento cinematográfico de Billy Wilder. Seu levante contra a Nova Hollywood. Mas é também um filme que entende a mudança, o passar das eras. Talvez um diretor voltando ao passado para se encontrar no presente. "Fedora" é uma obra onde sua beleza está, não no lamento, mas na grandeza do mito.
-
Fascinante desde o início. As imagens são bonitas demais e William Holden é um espetáculo. Marthe Keller, misteriosa e sensual, arregaça a mente. A reviravolta é previsível, tira bastante da força que existia no mistério, há uma incoerência bem grande: o que o médico, que definiu seu destino, faz morando na casa? Por que?
-
Dessa vez concordo um pouco com o Régis, a narrativa tem seus problemas, os flashbacks para explicar a história me parecem meio preguiçosos mas mesmo assim não tem como não reverenciar tudo que esse filme é, são tantas camadas de metalinguagem e há um tom extremamente ácido para com Hollywood que é forte demais, talvez mais forte que no Sunset Boulevard.
-
O funeral de Fedora é o que há de mais pomposo e trágico no mundo burguês de Hollywood.
-
Desde o início, uma tensão e um ar de mistério nos levam à quase mística Fedora, cuja composição visual se torna rapidamente um símbolo tanto para os personagens quanto para nós, espectadores, ansiosos para descobrir o que esconde esta trama melodramática e por vezes novelesca. Infelizmente, ao mesmo tempo que o plot twist cumpre ser interessante, a forma usada para apresentá-lo mata o ritmo do filme, tornando a chuva de flashbacks cansativa, e o falatório, desnecessário.
-
Fedora é quase uma continuação de Crepúsculo dos Deuses tardia mas o olhar agora se volta à clássica Hollywood àquela que surgia nos anos 70. Gosto da premissa, da trama, o roteiro é envolvente , a crítica faz todo sentido mas parece haver uma certa intenção em adaptar a linguagem de Wilder à estética setentista o que me gerou uma certa impressão de que tudo é meio cafona demais. Não fosse este detalhe seria possivelmente outra OP de Wilder.
-
Se em Crepúsculo dos Deuses, Billy Wilder realizou uma reflexão sobre a transição do cinema mudo para a era do som, em Fedora ele examina a ruptura estética-industrial do cinema clássico com a chegada da Nova Hollywood. Tudo isso em meio a uma trama muito bem articulada, com reviravoltas, mistérios e uma narrativa circular. Mais um belo ensaio sobre a miséria do sucesso que se transforma em reminiscências.
-
O filme inspira-se na vida da atriz Marlene Dietrich e publicação de biografia, após a sua morte, pela sua filha Maria Riva. "A verdadeira história da EXTRAORDINÁRIA Dietrich é melhor do que qualquer um de seus filmes."
-
Embora a premissa seja interessante, o resultado é nada mais que um retrato pouco convincente de um cineasta envelhecido lutando contra o seu passado glorioso.
-
Imortalidade da identidade na imagem: mais uma síntese do cinema e a subversão do mesmo em metalinguagem pelas mãos de Wilder.
-
Wilder na década da 70 evoluindo sua estética mas conversando muito com o cinema que o consagrou. Das mais belas metalinguagem que já vi de um gênio que se despedia. Baita texto (ao contrário dos barbudos rs), aula de como revelar um personagem. Até Tolst
-
''The End''
-
Mix de Sunset Blv. e Veronika Voss com ares de Blanche DuBois ao redor da protagonista que se subverte, na segunda metade, em filme sobre crise de identidade e imagem, sempre repleto da acidez típica de Wilder. Filme-irmão de Two Weeks in Another Town.
-
Filme monstro, sepultamento da era de ouro de Hollywood!
-
23/05/13
-
O que Crepúsculo dos Deuses foi para o cinema mudo Fedora é para o cinema clássico norte-americano (a velha Hollywood). Um retrato amargo, nostálgico e ao mesmo tempo afetuoso sobre a obsessão de fazer filmes.
-
Tentativa de Wilder de se adaptar ao período setentista, e em retomar a sobriedade característica das parcerias com Brackett, deixando de lado as suas "chanchadas" da década de 60. A afetação à la Sunset Blv o torna ainda mais melancólico.
-
Do segundo ato em diante, não me convenceu. Toda aquela situação é demasiadamente surreal. Sobrou amargura, e faltou o bom e velho jogo de cintura que Wilder sempre usou tão bem ao longo de sua carreira.
-
É, acabou.
-
Claramente foi o canto do cisne, no caso, de Wilder, perdido em um tempo diferente, tentando uma (Ótima) metalinguagem usando a mise en-scéne clássica com as artimanhas do cinema novo. Wilder, engenhoso e leal a si mesmo até o fim!