Aí me aparece o Sr Truffaut, ao qual eu "ignorantemente" também confesso preferir muito mais seus roteiros próprios às suas adaptações literárias, com mais umas de suas incursões sobre o amor cheio de um ar cafajeste, safado e melancólico. Além disto talvez seja o melhor filme de Truffaut com a câmera na mão com uma mise-èn-scene delicada e sedutora em que pese obviamente minha maior e eterna admiração mesmo por sua habilidade na caneta ou na máquina de escrever.
Talvez o melhor trabalho de François Truffaut na elaboração da mise-en-scène. Todo o filme é composto de planos expressivos na beleza estética, mas não apenas isso, são capazes de revelar o âmago dos personagens, seus conflitos e desejos. Pura delicadeza!
Com seu jeito cafajeste e sensível, Claude cozinha as irmãs em banho-maria, assim como Antoine Doinel, enquanto a vida lhe permite esse malabarismo sentimental. E, de repente, quase uma vida se passou.
Amor imcompátivel com os dias atuais, fazem deste um grande filme. FRANÇOIS TRUFFAUT na sua área é imbativel e a prova é esta pequena joia cinematográfica. Sem concessões, conta de forma linear, amores frustados e esperas intermináveis.
Duas Inglesas e o Amor é aquele estranho amor que surge depois de uma grande amizade; é a análise sincera dos sentimentos confusos, das personalidades conflitantes, da ação do tempo nos relacionamentos. Enfim, um filme bastante especial.