- Direção
- Roteiro:
- David Cronenberg (roteiro), J.G. Ballard (romance)
- Gênero:
- ,
- Origem:
- ,
- Estreia:
- 31/12/1969
- Duração:
- 100 minutos
- Prêmios:
- 49° Festival de Cannes - 1996
Lupas (29)
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É preciso mais! Expansão das máquinas, extensão do corpo, poderoso experimento das sensações. É preciso mais! Sentir o horror e a excitação na carne, expandir o abismo do inconsciente, suplantar a ordem e o limite. É preciso mais! O prazer é um jogo, a dor é um ganho, o orgasmo é plenitude. É preciso mais!
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em uma palavra: doentio.
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O sexo em Crash consegue ser fetichista e, ao mesmo tempo, elegante no sentido de lidar com o obsceno de modo mais fantasioso. Cronenberg aborda o ato sexual como ente de algo maior dentro de sua mise-en-scène: uma espécie de sinergia homem-máquina que busca testar os limites físicos de cada parte atuante. O fetiche dos personagens recebe uma ampliação sensorial por conta dessa mise-en-scène que não separa o toque humano do movimento maquinal, num jogo harmonioso de sons e texturas.
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Aqui, a moral fetichista e deturpada é proposital para esfregar na cara da sociedade o instinto animal (de morte e de sexo), mesmo diante de máquinas, carros, tecnologias, papéis sociais (repare que os personagens principais tem profissões conceituadas). Ou seja, em que pese a civilização, continuamos, em muitos aspectos, irracionais. Cronenberg exagera em algumas passagens e a excelente atmosfera até sufoca o desenvolvimento subjetivo, mas sem deixar de ser interessante.
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Um filme bizarro demais, com atores que se expressam sonoramente como se estivessem em vídeos ASMR. A trama completamente absurda é hábil em explorar os lados mais ocultos do fetiche e do desejo humano. Uma obra cinematográfica singular, genial e desafiadora.
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Cronenberg é talvez o cineasta mais íntimo com o corpo humano
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Atmofera absurdamentente intrigante esta criada por Cronenberg. Ao passo que adentramos facilmente no mundo bizarro e sádico proposto , saímos dele com facilidade também já que Cronenberg não tem a menor vergonha em levar sua estranheza à um nível tão extremo que fica difícil enxergá-lo como algo crível. Pertubador e também perturbado este retrato do instinto do homem que poderia ser universal mas o exagero de Cronenberg o limita à um estudo particular de caso.
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Falar em tese sobre o que Cronenberg gostaria de alcançar com Crash está além da experiência visual. O filme pega signos que representam cobiça, luxúria, imoralidade (ou moralidade), ousadia, adrenalina e mais uma dezena de adjetivos que se complementam numa ode ao deleite dos sentidos mais primitivos do ser-humano. Mas ainda assim não deixa de ser um cinema bem particular, no melhor estilo ame ou odeie.
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A transmutação radical “humano-máquina”, tendo a intensidade da energia sexual como combustível, faz deste filme uma continuação temática perfeita ao conceito de “nova carne” visto em VIDEODROME. O pós-humano retratado num filme de pós-narrativa.
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a tensão sexual misturado a uma mórbida tensão de morte, colocando ambos como objetivo final, numa constante busca pelo êxtase. só nos resta aproveitar o prazer da antecipação.
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Orgasmante
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Belamente doentio.
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Se esse puzzle ilusoriamente anistórico, tensa escatologia da psicanálise pra começo de conversa fosse refilmado pelo Lynch de 'Highway', essa seria uma ida sem volta a loucura e aos excessos, ainda que mais e mais irresistível a cada peça absorvida.
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Talvez nenhum cineasta tenha se arriscado dessa maneira para ir a fundo na compreensão da essência e do êxtase humano; um filme completamente visceral, sincero e cru em ir até as últimas consequências e limites do cinema para lapidar sua poesia trágica.
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A idéia do filme é muito interessante e muito bem filmada. Brilhantemente bizarro como um bom Cronenberg.
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Visceral. Cinema pra poucos. Moralidades esmagadas.
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Perturbador e repugnante. Acontece que muito do que é mostrado soa gratuito, quase vazio, embora em determinados momentos soe como uma paródia irônica de uma sociedade sedenta pela adrenalina que os automóveis geram, quase uma extensão do corpo humano.
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O roteiro chama a atenção, mas infelizmente em nenhum momento o filme consegue desenvolvê-lo ou aprofundá-lo. Na verdade é uma grande bobagem, espécie de "pornô soft".
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Acho que serei atormentado por essas imagens toda vez que eu pegar em um volante.
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É até divertido ver Cronenberg criando uma tensão sexual em cada frame do filme, mas soou vazio demais pra mim.