Lupas (11)

De um visual tão interessante quanto estranho, Delicatessen diverte a maior parte do tempo com suas bizarrices, ainda que os personagens secundários soem como desnecessários.

A ingenuidade e a trapaça vistas lado a lado em uma trama de pitadas insólitas e uma arquitetura visual que vai pela mesma linha. Que permaneça como um futuro bem distante.

Bizarro, absurdo e bastante divertido com sua insanidade. Tem um senso de humor negro diferenciado, várias passagens realmente engraçadas - tipo Aurore tentando se matar. Caos estiloso e nomenclaturas que já garantem o mistério desde o início.

Lotada de personagens excêntricos e divertídissimos (comuns na carreira de Jeunet), a obra consegue se equilibrar muito bem entre o lúdico e o bizarro, extraindo deste encontro um humor notável. Soma-se a isto os belíssimos trabalhos de som e fotografia.

É um pouco melhor (ou menos pretensioso) que "Amelie", mas este estilo de cinema ursinhos carinhosos do diretor não me desce.

26/10/08

O estilo de Jean-Pierre Jeunet é demais, suas história sempre são divertidas e muito visuais. Só o tom 'meigo' que ele dá que por vezes cansa.

Tem algumas cenas interessantes, trabalha muito bem a parte musical mas o enredo deixa a desejar. Confesso que esperava mais.

Bom para os olhos (Surrealismo da melhor qualidade!), nem tanto para a catarse (Jeunet desenvolveria/adaptaria melhor seu estilo posteriormente.)

A história é uma colcha de retalhos retardada, e a direção é ousada mas irregular, o que torna o filme (negativa e milagrosamente) mais bizarro ainda, e às vezes vulgar em suas ideologias puramente artísticas.

Diretor tentou parecer Tim Burton, mas não conseguiu tal feito devido a falta de delicadeza com que trata suas bizarrices. Ficou devendo.