Não chega a ser um polar, mas a frieza tomou conta de mim em quase toda a sessão e sinceramente não consegui me enquadrar muito na relação de falsa amizade dos protagonistas. Alain Delon vai muito bem, novamente em um noir moderno mas pessoalmente faltou aquela liga que me causasse frisson.
Delon hipnotiza com sua beleza na mesma força em que engana à todos, num jogo de gato e rato extremamente envolvente e por certas vezes angustiante. A belíssima trilha de Nino Rota casa perfeitamente à fotografia deslumbrante das costas italianas, ensolaradas e vibrantes, num dos filmes mais belos do período. O clímax é de roer as unhas de nervosismo. Filmaço!
Delon reúne beleza e amoralidade na mesma proporção, magnetizando o olhar com sua presença constante. O porém está na rapidez da chegada do clímax, uma escolha que sublima muitas nuances da relação entre Tom e Philippe.
Filmes onde a tensão é feita por pequenos detalhes e não por picos de trilha sonora ou fotografia escura são outro nível... O eterno "samurai" perfeito aqui, em um papel não menos desafiador. FILMAÇO.
Alain Delon, com sua icônica persona e todo o seu inconfundível estilo, sempre será Tom e Plein Soleil sempre será a dissimulação em forma de filme. Contudo, mesmo não original, O Talentoso Ripley, roteiristicamente falando, é uma obra mais completa.