Jovens angustiados, sem perspectiva de futuro, engolidos pela imobilidade de suas vidas. É uma China moderna em construção, mas que parece não ter espaço para todos. Restam os pequenos prazeres do cotidiano, tentativa vã de achar alguma coisa, de fugir da suspensão do tempo. Não há escapatória.
O filme é um retrato sincero da juventude chinesa do início do século com jovens angustiados, sem perspectiva de futuro e engolidos por uma China moderna em construção que não tem espaço para todos. E o que resta é o apego aos pequenos prazeres do cotidiano.
Embora o marasmo das atuações e a insistência do cineasta em prolongar demasiadamente algumas cenas banais contribuam para um propicio efeito letárgico, a estranha sensação que fica ao fim é que havia mais a ser explorado dentro do vazio daquelas vidas.
Flagrantes da vida cotidiana: um sorriso, conversas sem compromisso, uma dança, o beijo de um casal. Aparentemente filmando sem um roteiro estrito, Zhang-ke mostra sua verve cronista.