Lupas (28)

O contraste gerado entre imagens, cor, texto, tom de voz e trilha grita em dissonância no início até culminar num tratado paradoxalmente distante e tão próximo de uma atrocidade, do inconcebível, propriamente o possível, pois a capacidade do ser humano em desumanizar sempre foi-lhe afeita. E insistimos em negar.

"Incluído no DVD está um trecho de uma entrevista de rádio de 1994 com Resnais, em que ele menciona que os censores franceses exigiam que os cineastas escondessem o chapéu de um policial que guardava prisioneiros sendo deportados - o governo francês recusou-se a permitir esse reconhecimento da cumplicidade francesa e assistência com as deportações."

Um exercício intelectual e artístico profundo e poético,Resnais faz um documentário brilhante,fantástico e magnífico.

23/02/12 - Os 32 minutos do filme equivalem à várias aulas sobre o holocausto. Com cenas chocantes e reais de brutalidade inimagináveis como corpos mutilados empilhados, paredes das câmaras de gás arranhadas, corpos pendurados na cerca de arame farpado...

Não foi necessário muito tempo para Resnais nos impactar e nos chocar com o contraste de uma colorida calmaria com o preto-e-branco devastador. Acho que nunca verei algo relacionado a essa barbárie e me sentirei em paz.

''Até onde o ser humano pode chegar ?''. Pra ver, ficar assombrado, refletir, e principalmente: nunca mais se esquecer. A maior e mais negra mancha na história da humanidade.

É um dos 30 minutos mais bem aproveitados pelo audiovisual, uma mescla de temas variados utilizados em outros filmes do mesmo assunto, só que aqui tudo é mais objetivo e desprovido de sentimentalismo barato.

Arrasador...

'Senhores, há momentos em que me envergonho de fazer parte da raça humana e este é um deles', já dizia Kirk Douglas em 'Glória Feita de Sangue'.

Apesar de não apresentar nada que já não saibamos, é inegável o efeito devastador que o filme causa no espectador que fica completamente horrorizado com tamanha crueldade. Um dos poucos filmes que me deixaram genuinamente assustado.

Absolutamente devastador. Resnais compõe a poesia da tragédia (o toque roteirístico de Chris Marker, o rei do "foto-romance", é visível), uma elegia nefasta, a mais nefasta de todas as elegias, pois que é a mais cruel dos atos do homo sapiens: o nazismo.

O fragmento de uma barbárie que causa impacto por uma história mais do que conhecida, mas dessa vez retratada com contornos únicos em um cinema peculiar de Resnais.

Revela muitos detalhes que quase nenhum filme sobre holocausto havia mostrado, além de misturar uma narrativa, por vezes apressada, com ótimas metáforas, um documentário bem acima da média. É de dar calafrios a cada instante de seus trinta e dois minutos.

Técnica: 9.5 Arte: 9.5 Ciência: 9.0 Nota: 9.33

"... Nós que fingimos acreditar que isto tudo pertence a um único tempo e a um único país e que não olhamos a nossa volta, e que não ouvimos os gritos sem fim." A imparcialidade discursiva anestesia contra o horror do drama infinito das imagens.

'Esquecer essas imagens seria um segundo assassinato às vítimas do Holocausto.'

Sou outra pessoa após esse documentário...As últimas palavras do narrador me esmagaram...

Constata atrocidades de modo contundente e instiga o público diante do horror. Um documentário corajoso e de relevância histórica.

"Então, quem é o responsável?"

Impactante.