Outro belo exemplar do Cinema naturalista dos irmãos Dardenne, "O Silêncio de Lorna" trata de questões sempre relevantes (a desumanização do capitalismo, o problema do imigrante, moralidade e consciência). O final destoa um pouco, mas não atrapalha.
Este é o terceiro filme que assisto dos irmãos Dardenne e confesso que em todos eles senti uma mescla de completa insatisfação e alguns momentos bastante agradáveis causados pela estética extremamente realista de seu cinema.
É um típico filme de Cannes: planos longos, arrastados, sem muita técnica para colorir o andamento e um drama que vai se montando aos pouco, porém não tem uma história que vença o marasmo. Esse é o silêncio de Lorna: ela não tem nada para nos contar.
Um pouco aquém do potencial dos irmãos, mas com suas marcas autorais em evidência: a secura da abordagem e a ausência de trilha sonora tornam o percurso de Lorna ainda mais dolorido. A jovem albanesa é uma filha legítima da adversidade.