A parceria entre Val Lewton e Jacques Tourneur produziu alguns dos filmes mais atmosféricos que se tem por aí. É o poder da sugestão, a força do extra-campo, o terror psicológico que emana da própria condição de insegurança da natureza humana.
De volta Tourneur entrega uma aura maior até do que o próprio filme. Eu talvez não tenha me encantado tanto com a trama ou com o suposto suspense, nem mesmo os personagens me atraíram mas a qualidade da cinematografia do francês é de se tirar o chapéu.
Novamente, Tourneur comunica a mensagem de que há forças maiores que atuam sobre os homens e fogem à insistência em tentar uma leitura meramene lógica para elas. Embora haja certas limitações técnicas, não perde a eficiência em ser um breve conto soturno com pitadas policialescas.
Tourneur tenta seguir a linha de Cat People demonstrando aptidão estilística na construção da tensão, no uso do P&B, som característico com a castanhola, e com direito a leopardo de verdade. A trama é bem comum, vale pela direção embora não seja seu ápice
A precisão cinematográfica que Tourneur alcança aqui é absurda. O uso das luzes e sombras e a força simbólico-narrativa das elipses são muito exatas na criação da atmosfera de mistério e terror. Prato cheio de cinema.