- Direção
- Kiyoshi Kurosawa
- Roteiro:
- Kiyoshi Kurosawa
- Gênero:
- Suspense, Terror
- Origem:
- Japão
- Estreia:
- 31/12/1969
- Duração:
- 118 minutos
Lupas (16)
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Cada vez mais conectados. Cada vez mais sozinhos. "Kairo" é um dos filmes que melhor sintetizaram essa era moderna da comunicação tecnológica. Um aparato criado para aproximar pessoas, mas que realiza o oposto, ampliando o sentimento de solidão, vazio e melancolia. O que fazer diante da angústia? Como enfrentar os tempos de absoluto egoísmo? Como resistir a fria escuridão do abismo? A encenação de Kiyoshi Kurosawa é de uma potência hipnótica.
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As imagens nos monitores e suas dialéticas entre o que é sobrenatural e o que existe concretamente nos espaços soturnos do filme são propulsores das angústias existencialistas. São como gatilhos que afloram o que existe de mais fatalista no interior de cada personagem, espécies de lembranças acerca de uma tragédia humana atemporal que encontra abrigo nos dispositivos próprios de uma época. Cada plano de Pulse é atestador do copo meio vazio.
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Kurosawa trabalha atmosfera com precisão, em que sugestão e exposição se apresentam em momentos ideais para a manutenção da tensão. Não se dá com facilidade a visão micro e macro. A história é popular o suficiente para gerar alcance e, ainda assim, mantém-se autoral com um horror que não pega a via mais simples. E o tempo fez bem pra sua estética: não tem elemento melhor para terror do que o som de internet discada.
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O filme anterior Ilusões Inúteis tratava da mesma temática, o desparecimento do homem frente à tecnologia, solidão e incomunicabilidade. Desta vez Kurosawa aplica uma mise-en-scene bem mais sombria e aterrorizante mas não funcionou bem comigo não.
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Fantasmas vêm à Terra por meio da internet para fazer os humanos se confrontarem com a própria solidão - a genialidade da premissa encontra um dos momentos mais criativos de Kurosawa também na mise-en-scène, resultando, ao fim, num quase filme de zumbis.
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Há um plano que sintetiza bem o cinema de Kurosawa: sob trilha sonora sublime, em campo temos o protagonista investigando o que já é conhecido por cenas anteriores, eis que a câmera corta para o desconhecido, para o sobrenatural no contracampo.
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Muito mais um drama misterioso sobre as relações humanas em um mundo globalizado do que um filme de terror propriamente dito. Nem sempre atinge plena potência, mas o plot é promissor e tem atmosfera de sobra (a resolução especialmente feliz é algo raro).
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O roteiro produz suspense quase na surdina, apoiado em um elenco desconhecido e bem entrosado. Medo à japonesa que Hollywood não sabe emular.
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Uma aula narrativa. De assistir com os olhos molhados.
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Um verdadeiro feito para o gênero. Baseando-se na solidão e melancolia da sociedade, monta uma incrível cadeia de acontecimentos. Criativo, não usa sustos baratos, mas sim o suspense crescente e sufocante. Daqueles únicos, uma obra prima incontestável!!
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A conexão, o isolamento, a vida virtual fragmentando a real e o medo do desconhecido e novas dimensões, uma epopéia da obsessão e do temor do avanço tecnológico, embalada pela onipresença do mal e pelo domínio duma linguagem de contemplação do macabro.
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Gostei, mas nem tanto.
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Um filme sobre a solidão da vida e também da morte, com seus cenários vazios, escuros e sem vida é uma viagem deprimente, assustadora na companhia daqueles personagens e seus destinos tragicos.
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Nunca pensei que manchas na parede seriam tão "assustadoras" quanto se quer parecer aqui. E não são mesmo.
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Atual.
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Filme muito assustador, mas bastante repetitivo. Todas as cenas que envolvem um computador trazem muito medo, assim como alguns outros pormenores do filme... Mais uma prova de como os asiáticos sabem fazer as pessoas tremer de medo.