Não é exatamente o que se espera de Nicholas Ray, mas trabalhando como simples artesão é possível notar o esforço do diretor para entregar um filme de qualidade. Mas o destaque vai para os diálogos, verdadeiras bombas de cinismo atiradas na tela!
Ray dirigindo no piloto automático, ainda que se mostrando um artesão vigoroso aqui e ali, um filme que pouco convém a sua marca autoral. Se trata de uma peça de roteirista, apresentando afiados diálogos e personagens razoavelmente bem delineados.
Contemporâneo e primo irmão de A Malvada, de Joseph Mankiewicz, Alma sem Pudor mostra que Nick Ray, em início de carreira se mexia tão bem no noir como no melodrama. E conseguia, no âmbito da indústria impor um ponto de vista e uma assinatura.
Apesar da direção de NICHOLAS RAY, e da presença de bons atores, a começar por ROBERT RYAN e MEL FERRER, não é conseguido neste filme, uma maior emoção, ficando muito no trivial.