- Direção
- Agnès Varda
- Roteiro:
- Agnès Varda
- Gênero:
- Drama
- Origem:
- França, Reino Unido
- Estreia:
- 31/12/1969
- Duração:
- 105 minutos
Lupas (13)
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Retrato da insatisfação, de uma pura sensação de deslocamento. A protagonista é um enigma de espírito inquieto, de natureza inconformista, vivendo sua imperatividade de independência absoluta de uma sociedade que não lhe interessa. Significativo e intrigante como todo grande filme de Agnès Varda.
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É disparado o melhor filme de Varda (não que seja difícil no meio da tranqueirada que foi sua carreira). Tem história e cria um mistério intrigante. Mas aborta o final, notável por marcar a tolice dessas ideias de acampar ou da insanidade de sair andando pelo mundo - clichê irreal e ilógico do cinema.
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Road movie é sempre uma delícia, e um road movie sobre um assunto tão interessante, sob a visão sempre sábia de Varda, não tinha como ficar ruim. Uma personagem peculiaríssima, super intrigante, vivida com muita graça e profundidade por Sandrine Bonnaire, e que marcará a vida, não só dos personagens pelo qual ela cruza, mas também as nossas. Esse tema de pessoas que vive na rua poderia ser muito mais explorado no cinema, de forma séria e com pesquisa, como esse. Grande filme de Varda.
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Mesmo envolto em tristeza e sujeira, o conto de Varda sobre uma vida a esmo olha com carinho para a menina, uma extraordinária atuação de Bonnaire. Ao antecipar a tragédia que abate Mona e então apresentar os eventos antecedentes, o roteiro triplica o peso daquela perda.
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Difícil achar definição para um filme desses. No todo é tão absurdamente completo e tão rico, tão profundo. Não a um momento que não exale cinema e sobre a trágica jornada de Mona, sua luta e sua autodestruição de dentro pra fora e de fora pra dentro, em um sistema tão patético e estéril, assumidamente e assustadoramente coberto. Não há tanto onde se possa ir, mas transgredir isso nessa obra prima, valida, mais ainda, o poder que é o cinema.
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Propositalmente um filme perdido, o grande problema é que Varda é fria demais, este clima junto com a personagem insípida criam um obra antipática e arrastada, cheio de situações arbitrárias. Seria um filme com muito mais vida nas mãos de um Godard.
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A temática de filmes de andarilhos me incomoda desde o fastidioso e tolo Na Natureza Selvagem. Apesar de não me encantar o filme de Varda é diferenciado, não é sobre as dificuldades da jornada e sim sobre a crônica, sobre o diário, sobre a realidade.
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Como descrito por um dos personagens: "uma mulher que quer ser livre em um mundo de dificuldades, mas que acaba seguindo um caminho de destruição paralelo a suas amigas de gênero." No final, não há esperança
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É um trabalho de direção sensacional, desde a ideia de filmar fragmentos de uma vida contemplada com estranheza, a forma como retrata sua personagem, ambígua, que cria raízes para logo depois se desvincilhar. Bonnaire é um espetáculo em cena.
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15/09/12
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Como Resnais em Marienbad, ela presta uma homenagem ao nouveau roman em "Sem Teto Sem Lei", filme sem trama ou retrato psicológico, Leão de Ouro em Veneza.
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Belíssimo. Lembra o poema 'Desastre' de Cesário Verde, que Chico Buarque musicou em 'Construção'.
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Depois de vários baseados e muito papo-cabeça, nenhuma pista de quem foi a doidinha folgada... Aí fica difícil!