Lupas (16)

"Juisqu'ici, tout va bien"

Filme enérgico, que alia todo o primor da linguagem de cinema num retrato estilizado, ainda assim realista da violência sistêmica. Os conflitos de desigualdade, abandono e racismo explodem com o uso preciso entre texto e imagem, do início ao fim. Que aterrissagem.

Me lembrou "Faça a Coisa Certa". Não existe uma reposta fácil ou direção. O ódio vivo dos bestializados. Seja policia, bandidos ou toda uma sociedade. A violência na busca de resposta, e ela se estende muito mais do que um tiro no rosto ou uma tortura em um interrogatório. Ela vai pra dentro das casas, para suas exposições de Arte, para dentro do metro. Um ódio de um com o outro. Uma sociedade caindo e caindo cada vez mais rápido e que, durante a queda, continua achando que está tudo bem...

Skinheads e policiais despreparados em uma nova sociedade francesa em mutação, a violência se propaga como um vírus onde o ódio sem fim só o alimenta, qualquer faísca é um estopim para guerra. Interessante a câmera passeando por Paris em preto-e-branco.

Talvez o grande mérito fique por conta do retrato de uma geração fadada à violência e à desocupação ainda que seu filme busque no fim das contas observar a decadência da sociedade e o buraco em que estamos claramente caindo gradativamente diariamente.

19/03/10 - Um cruel e real retrato da violência urbana das grandes cidades, mostra a decadência da sociedade onde impera a intolerância, o preconceito e suas consequências. Com uma fotografia suja em preto-e-branco e atuações viscerais do atores.

Até aqui está tudo bem, mas o que importa é a aterrissagem, não a queda.

De composição estilosa e provocativa, funciona como documento de uma época nem tão distante, e aí reside seu maior mérito. Entretanto, há algo de disperso na montagem que faz estremecer sua proposta vez por outra.

Cinema em estado cru. De um frescor perturbador, pesado. Grande.

O melhor dos filmes no estilo 'amadurecimento em um mundo de violencia', como Reflecting Skin, Shotgun Stories ou Mean Creek.

Diferente de Travis Bickle, o protagonista aqui é a mais pura e assustadora imagem da juventude alienada dos dias de hoje.

O que foi aquele diálogo no banheiro?!

Mais que um filme de amizade, e sim sobre a fúria dos jovens da periferia, a diferença entre a classe mais alta e a mais baixa chega ser até engraçada, Vincent Cassel está impecável nesse filme!

Uma realidade mundial. Não apenas francesa. Traz bastante discussão e reflexão sobre classes injustiçadas e revoltada dos subúrbios que vivem abaixo das opressões e desigualdade dos que vem de cima.

Um filme que busca mostrar uma realidade crua se utilizando de uma linguagem a frente de seu tempo com um cinema inovador. Vicent Cassel rouba a cena.

Em tempos em que os gloriosos ideais da Revolução se tornaram mera ironia, a sociedade se faz refém do medo e do ódio. Xenofobia, guerra urbana. Alguém atirou. Mais um morreu. - La Haine: um único dia. Uma realidade que todos escutam, mas poucos ouvem.