Lupas (9)

Reichenbach em início de carreira já demonstra boas ideias e um certo desdém pela convencionalidade e traz em seu filme boas sacadas narrativas. Ainda obviamente não é um trabalho poético e simbólico como algumas de suas obras posteriores.

Parece muito com Perdida, de Carlos Alberto Prates, tendo Perdida, o filme, qualquer coisa de mais vibrante. Celia Olga triunfal.

A história central é interessante mas o artificialismo geral é pobre demais. Gritos e idiotices cansam. Haja saco pra aguentar os textos de Carlos R. Só tem duas linhas válidas - Vai ser grosso no raio que o parta / Minha moral já foi pra casa do chapéu

Menos marginal na sua proposta, mas ainda um dos grandes representantes do movimento, destaque total para a direção energética de Reichenbach, que conduz com plenitude sua Lilian, sem julgamentos, apenas mostrando uma mulher em busca de realização.

A força está nos diálogos, no ritmo e em algumas cenas engraçadas. No fim ele se fecha muito bem e saímos com um sorriso no rosto, mas Carlão tem duas obras muito melhores e mais pungentes (Anjos do Arrabalde e Filme Demência).

Lilian M é o poder da imagem a favor de um road-movie psicológico, enérgico e hilário.

10/02/13

Técnica: 8.5 Arte: 8.5 Ciência: 8.0 Nota: 8.33

Reichenbach brinca com a linguagem e a narrativa, neste ácido e anárquico filme com uma protagonista vampiresca e um esquadrão de boçais a caçá-la.