- Direção
- Manoel de Oliveira
- Roteiro:
- Manoel de Oliveira
- Gênero:
- Drama
- Origem:
- Brasil, Espanha, França, Portugal
- Estreia:
- 30/08/2013
- Duração:
- 94 minutos
Lupas (18)
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O arrebatamento pela imagem. O encantamento pela imagem. O novo mundo através da imagem. Os fantasmas da imagem. Mais um filme impressionante de Manoel de Oliveira.
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O filme é um sonho acordado. O visual é frio e suave, se encaixando com a leveza nas ações da história. Junte isso aos planos abertos, a câmera estática e a direção de arte arcaica que, além de seu charme, acabam evocando todo um lirismo no filme. A fotografia como poder de estender a vida; a matéria cria a imagem a partir da realidade concreta, rendendo a ideia que se perpetua na mente em síntese com os sonhos, a memória e a imaginação. É a imagem transitando entre o sensível e o inteligível.
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Vejo em Isaac um alter-ego nítido de Manoel de Oliveira. O homem que à espera da morte vira as costas para o mundo atual, para o que é vivo, sobrevive de nostalgia e do que é antigo e ultrapassado para o mundo moderno.
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Lírico e sobrenatural se misturam num romance cronologicamente moderno, com ares de passado, onde a originalidade sobra. Perde ritmo no fim mas a naturalidade dos diálogos (mesmo aqueles artificiais, como a conversa sobre anti-matéria) dele é boa demais.
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Manoel de Oliveira nos mostra a força da imagem, que nos apaixona, nos instiga e nos eterniza como fez ao protagonista, que através das imagens se tornou obcecado a tal ponto que nada mais lhe interessava em sua infeliz e solitária vida.
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Trata-se de um ótimo conto de amor entre um rapaz vivo e uma jovem morta. No entanto, falta uma certa fluência e atenção a detalhes para a trama funcionar 100 % - alguns coadjuvantes parecem desconfortáveis em seus papéis.
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Assistindo fiquei encucado se não há possibilidade de se tratar de um filme testamento ligado ao poder transcendental da imagem. Só uma análise profunda sobre a obra do autor poderia me esclarecer esse outro mistério (mais um).
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Talvez a melhor sacada do filme seja a cena dos escavadores e alguns planos e enquadramentos inspirados, de resto, o fantasma de Angélica não funciona visualmente e os personagens secundários são irritantes e repetitivos, especialmente a dona da pensão.
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Lúdico e poético filme sobre o poder da imagem em conectar pessoas mesmo quando não estão mais vivas.
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O plano-sequência de Oliveira é surreal, inquietante, onde a câmera não persegue personagens mais os atrai, como a imagem de Angélica. Porém, Manuel de Oliveira não mantém sempre o espectador atento para a pequena trama, desviando a importância da obra.
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Como a fotografia, a morte é a imagem estática, o instante congelado.
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17/09/13
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Técnica: 9.5 Arte: 9.0 Ciência: 9.0 Nota: 9.16
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A necessidade de compreender a imagem nunca foi tão bem explorada em um filme.
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É... O caso é muito estranho mesmo!
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Lindo visualmente (os enquadramentos de Manoel de Oliveira são perfeitos), com um caso d amor bastante interessante e, e até mesmo momentos de humor agradáveis (os diálogos na mesa da pensão são ótimos). Se não fosse tão lento, conseideraria um filmaço.
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Filme sobre como um homem se relaciona com o abstrato que existe por trás de cada imagem. Manoel de Oliveira constrói outro belíssimo filme, com seus planos estáticos, que parecem perdidos no tempo.
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O que cativa aqui é o tom, a leveza cometida, o agradável sentimento de desprendimento da realidade ao assistir. Talvez mais do que isso, faz com que o interlocutor nunca "controle" os fatos, apenas a relevância. Um belíssimo conto, sem dúvida.