Lupas (8)

Até sua metade conseguimos nos entreter com suas situações estranhas, absurdas e divertidas, mas logo cansa, no fim, a percepção que de fato é tudo uma grande besteira de Polanski faz tudo se tornar bastante razoável, ao menos.

O clima nonsense já é anunciado no título. De cara, a proposta funciona, mas acaba se tornando cansativa: uns vinte minutos a menos teriam feito bem à antinarrativa polanskiana, com tipos e situações desafiando a lógica como se não o fizessem.

Evidente que foi feito para brincar com fetiches e exibir a beleza de Sydne Rome: "- São muito bonitos - O que? - Seus peitos" Certos pedaços não tem muita inspiração, mas principalmente o início é ótimo. Criatividade e brincadeiras que a canalhice da atualidade corretinha tenta sufocar.

Estética do absurdo numa brincadeira surrealista livremente inspirada em ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS. Estranho, erótico e divertido.

Tanto a relação da protagonista com o mundo bizarro em que se encontra quanto a narrativa que ri de si mesma lembram muito Lisa e o Diabo (sem o elemento horrorífico), filme que foi feito um ano depois desse de Polanski.

Quase sátira irrecusavelmente notável, um das minhas primordiais obras para a vivência intelectual e vagaba para o cinema ao mesmo tempo na tela.

Uma maluquice erótica e sem muito sentido de Roman Polanski.

Interessante comédia desconhecida de Polanski. Tem seus momentos arrastados, mas há outros geniais, que fazem desse um de seus trabalhos mais pirados. O final é muito bom e as locações lindas.