As conversas íntimas, o anel que corre o salão de baile, a persiana do quarto, a troca de olhares. São as sutilezas que fazem toda a diferença no cinema de Forman. Mesmo conhecendo o mínimo sobre a personagem principal, é impossível não abraçar a perspectiva sensível do autor e embarcar nos seus sonhos e desejos. Ao longo da carreira, Forman ainda teria muito mais para mostrar, mas poucas vezes de modo tão delicado e elegante
A câmera de Forman cresce cada olhar, cada ambiente. Ele consegue ser um diretor tão simples em essência, mas que vai trazendo emoções profundas que vão se somando sem parar. A juventude, o peso passado pelas convicções dos mais antigos, o desejo, a incompreensão de si mesmo. Tudo sempre escancarado na tela, mas ainda tão doce, tão belo, tão triste. Uma personagem genial, que tenta ser ela mesma, que entrega tanto de si, que varia entre tudo isso tentando se encontrar.
Penso que o filme de Forman ficou no passado, nem tanto pela sua forma fílmica mas sim por seu conteúdo, muito porque a juventude atual também mudou, bem poderia, aquela de Forman mudou o mundo, saiu de um padrão de rigidez autoritária para um padrão de liberdade gigante. Forman mostra um pouco do que foi esta transformação.
Um retrato sensivel e progressista sobre a juventude rebelde, o conflito entre geraçoes da época através do olhar de uma jovem loira descobrindo a vida e querendo viver. A cena do sermão é foda, da discussão com os pais do moleque. Baita personagem femini
Obra singela, realizada com um frescor típico de sua época (idílicos anos 60) e centrada nos caminhos do ser - inocência da juventude -, mas não sem mostrar os percalços da mulher na sociedade patriarcal; lar de sonhos desfeitos e dores escondidas. Belo!