A proposta é original, mas muito mal executada, resultando em uma espécie de viagem que não deu certo - afinal, o filme todo se estica em uma excursão interminável dentro da mente curiosa e psicodélica de José Mojica Marins, deixando de entregar um enredo consistente e, por outro lado, não podendo ser aproveitado como experiência contemplativa, pois o visual é justificadamente feio. Somado a isso, sempre retorna a figura planificada de Zé do Caixão com mensagens metafísicas fora do tom.
A história é minima e besta e não sustenta um longa inteiro, pra resolver isso Mojica precisou inserir uns bons 30 minutos de cenas puramente psicodélicas sem sentido literal algum usando de plástico e suco de uva, nisso ele se resolve bem.
Aqui o principal é a criação da atmosfera de horror, que Mojica consegue realizar com maestria, principalmente utilizando os elementos básicos do cinema: iluminação, enquadramentos, som, cortes. Bom filme.