Lupas (12)

Filme que retrata com inteligência e energia os dilemas da juventude. Em especial aquela que habita as periferias dos grandes centros urbanos. Lugar onde o sistema é excludente, o trabalho é uma imposição sem futuro, a família quebrada, o estado autoritário. Diante de tudo isso é fascinante a pequena vitória moral do protagonista na corrida que encerra o filme. Pequena para seu entorno, grande para sua consciência.

Evoca os melhores momentos de Os Incompreendidos, porém com uma construção retroativa da personagem, mais amadurecida, pela idade e pelo sofrimento. Em Truffaut, corre-se em busca de qualquer coisa; aqui, paramos, contemplamos e abraçamos a incompreensão.

O filme mais dolorido do mundo.

O corredor solitário em sua repulsa ao sistema.

02/08/14

O semblante de Tom Courtenay garante a seu Colin Smith toda a áurea de um legítimo rebelde, com seus conflitos e causas. Trata-se de um belo exemplo de quando o favorecido, o escolhido pelo sistema, abandona as regalias e faz seu protesto.

Complexidade a partir da simplicidade é uma das qualidades mais notáveis de qualquer expressão artística. E isso o filme faz muito bem: uma simples corrida, simbolicamente, pode significar muito.

Representando a quebra do óbvio, a personagem encarna o espírito daqueles que fogem do pragmatismo. Enquanto a maioria corria para vencer seus próprios limites, Smith corria para era vencer suas próprias lembranças.

muito bom este filme. e dez.

Técnica: 9.5 Arte: 9.5 Ciência: 9.0 Nota: 9.33

Transformando-o assim, em um exímio representante do que de melhor a postura de seu protagonista, um autêntico “angry young man” poderia nos oferecer, um culto à rebeldia.

Rebeldia e conformismo confrontados, sob a ótica de um ambiente sócio-político falido onde não há escapatória. - P.S.: Um dos primeiros de língua inglesa no qual notamos a clara influência do Neorrealismo e, porque não, da Nouvelle Vague.