Lupas (10)

"E agora, José?".

Tantos temas legais e bem-vindos num filme extremamente chato daqueles que você acha que já está terminando mas ainda faltam 1h. O início, com as manifestações é interessante mas cai quando os jovens saem pela Europa desconstruindo os próprios sonhos.

Ideologias e engajamento perdendo o sentido. Enquanto se dilui a revolução, jovens sonhadores e amantes inconstantes se perdem no emaranhado de escolhas.

Filme após filme, Assayas vai esquadrinhando seu país, sua geração, a Europa, seu passado um tanto sufocante, a decadência. Agora é Depois de Maio.

02/10/13

Conduzido com delicadeza e sofisticação sem nunca derrapar mas também sem se arriscar fora da linha que propõe (talvez no final num belo achado onírico), é Assayas acertando as pontas com o passado, o do filme e o do começo de sua carreira no cinema.

Retrato realista de estudantes anarquistas, cujos bastidores discutem a função do movimento estudantil mais classista, comunista ou sindicalista. Gilles é um deslocado e se entrega à arte. É uma pena que os acontecimentos pós-68, politicamente, esvaem-se.

O roteiro confuso e repleto de forçações de barra é compensado em parte pelo extremo bom gosto de Assayas nas escolhas do mise-en-scène e, principalmente, da trilha sonora.

A desilusão política, o conflito gerado por se buscar por uma expressão individual ao mesmo tempo em que se busca a atuação coletiva. E tudo isso construindo um painel sobre o amadurecimento e o fim da juventude. Belo filme.