Lupas (8)

Sidonie Laborde não existiu, que pena, a trama parecia mais interessante qd acreditei na veracidades dos fatos, antes das pesquisas, bem como o caso amoroso de Antonieta com a Duquesa, mas vale pelas belas caracterizações e diálogos...

Jacquot, com sua fluidez narrativa, desnuda personagens através da deflagração do caos, apoiando inteiramente sua história na força enigmática de Lea Seydoux, que sustenta a tensão com apenas poucas expressões.

O filme adota um viés interessante ao escolher como protagonista alguém que se encontra totalmente à margem do debate político. Fato que, no entanto, pode nos levar a questionar a veracidade do acesso que Sidonie tem a conversas privadas do rei Luís 16.

Minha mente deve ter viajado durante o filme. Não lembro e não sei direito o que ocorre. O filme foi construído apenas para os seus 3 minutos finais, esqueceram do resto da trama.

Com roteiro à moda "dramalhão brasileiro" atual (de teor apelativamente homossexual, mas sem conteúdo), onde os personagens exalam sensualidade (o que não combina nada com o momento vivido), o filme sobrevive graças à montagem ágil, porém decepciona.

Um conto enxuto e bem-contado. Formato interessante, um pedaço de história que diz bastante e serve de amostra de figuras históricas e acontecimentos. Muito valioso por imaginar (ou traduzir) o clima, os bastidores daquela sandice que mudou o mundo. Visual lindão, Seydoux é uma francesa de fato, com todas as letras.

As relações de poder desmoronando e as paixões se inflamando, num quase fim do mundo (daquele mundo, ao menos) causado pela Revolução Francesa.

Bonita fotografia e interpretações competentes, é nisso que se baseia o filme de Benoit Jacquot. No entanto, falta ao diretor a coragem de abraçar o drama e desenvolver os temas propostos, como a bissexualidade da Rainha Maria Antonieta.