É piegas com close-ups de borboletas (representando a liberdade) e velas incandescentes (coito). A música, romântica e excessiva, dá a impressão de que Ralph Fiennes vai cruzar o céu num avião a qualquer instante, como em O Paciente Inglês.
Uma boa amostragem, em forma de película, do que foi a escravidão nos EUA., bem como em nosso BRASIL. Um absurdo, seres humanos se matando e sendo torturados.
Forte e visualmente impressionante. Mesmo que não traga nenhuma novidade, é interessante quanto a utilização da religião como anestesia e inflamação, e o revide e a martirização como estopim importante, inspirador e inevitável para liberdade e justiça.
A primeira metade, em que o protagonista e seus conflitos morais são apresentados e desenvolvidos, convence, apesar de não trazer nada de novo. Na segunda, o filme abraça o maniqueísmo e o proselitismo religioso e despenca. A cena final redime um pouco.
O mérito é entregar uma versão diferente do típico herói hollywoodiano. Não basta pra esconder o quanto o filme é ruim, derivativo e de um sentimentalismo televisivo. E é muito bizarro o modo como o estupro foi usado. Esse Nate Parker é um babaca.
Apesar de funcionar plenamente como manifesto, diversos problemas narrativos e de estrutura impedem que sua força alcance todo o potencial, com arcos que caem muitas vezes no comum e variam entre a perda de ritmo e passagens demasiadamente rápidas.
O diretor perde oportunidades (a rebelião, ao fim, não tem o impacto que deveria) e resvala muito no melodrama, mas é uma história potente e um filme necessário, mostrando o papel ativo que os escravos podiam ter na luta contra a escravidão.
Apologético até a falsa alma de Dreyer que ostenta, sobre a dor e sobre a fúria cabocla que empunha feito arma, num fogo contra fogo pretensioso às lágrimas da plateia, rumo ao escândalo acima de tudo. Mesmo assim, o aroma de cinemão embriaga.