Longo e enfadonho nas ações de lobby (com alto exagero de sucesso), e demais armações da Sra. Sloane (que tem um FBI só pra si), o filme se ancora basicamente na interpretação carismática de Chastain (demais coadjuvantes servem somente de ratos que alimentam a protagonista - só pra usar uma metáfora da trama), uma vez que os diálogos rápidos (além de uma edição acelerada) são mera conversa fiada e servem apenas para esconder a falta de conteúdo prático do roteiro (a reviravolta final é absurda).
Chastain é a rainha da verborragia em diálogos rápidos e matadores que trazem para a mesa a discussão sempre inflamada sobre armamento de civis. Fugindo do maniqueísmo, a narrativa apresenta truques de perspectiva e não livra a cara de seus envolvidos.
Um ou outro pequeno didatismo de lado, Miss Sloane é um Sorkin não-Sorkin que deu mais certo. Os twists funcionam bem, a intensidade de diálogos não chega à verborragia, o pivor moral é menos explícito e a montagem acerta em cheio. Chastain excelente.
Ainda que twist final seja, no mínimo, duvidoso (e, no máximo, muito mal concebido), "Miss Sloane" se ampara na poderosa atuação de Chastain para suplantar a média. O interessante diálogo com o lobby e a política atual não teria a mesma força sem a atriz.
Demora muito para prender a atenção do espectador, dada a falta de autonomia da direção. Consegue se elevar em sua segunda metade até o jogar tudo pro alto no plot twist final. Jessica Chastain está gigante, apesar de tudo. Um interessante estudo de lobby
É difícil um filme com muitos diálogos "burocráticos" e política não cansar o espectador, mas Miss Sloane acerta em cheio em nunca perder o ritmo e sempre deixar quem tá vendo vidrado. Jessica Chastain tá absolutamente perfeita.