Lupas (9)

É impossível ignorar o fato da relação de Sang-soo Hong e Min-hee Kim ao analisar Na Praia à Noite Sozinha, o que fatalmente enriquece o filme e sobrepõe qualquer deslize de irritação e atitudes da personagem principal. Final dúbio bem interessante.

Sang-soo estabelece um fluxo potente e intimista de sentimentos entre cenas, apoiado na excelente Min-hee. Após a última cena o que há é uma imensidão de camadas sutilmente construídas através de diálogos e rigor cênico.

Um dos mais celebrados do diretor e talvez o que menos gostei dos que vi. Uma primeira parte linear e chata, sem as suas famosas jogadas com a linguagem e um finalzinho que parece ter alguma coisa de grande mas que não captei tão bem.

A singular e complicada presença da solidão. O prosaico e sua constante revelação da natureza humana. O ato de realizar filmes como forma de exorcizar fantasmas da alma. O Cinema de Sang-soo Hong é belo, sensível e profundamente encantador.

É cinema que nâo faz meu tipo.

Filme de imersão altamente pessoal no que defino como a encenação da vida real.Hong transporta seu filme para dentro de um sonho de sua personagem principal, numa espécie de exercício-metalinguístico ou não, sobre solidão, amor,conduta, apego e desejo.

"Believe", de Cher, na ótica Sang-sooniana.

A construção de diálogos de Sang-Soo continua eficiente, bem como seus conceitos visuais, que sedimentam sentimentos e personagens com maestria, dessa vez em uma quase autobiografia. Nem sempre funciona em sua plenitude, mas que belo filme!

Um brinde à coesão absurda de Sang-soo, que segue filmando a deriva dos sentimentos com pérolas brutas em forma de diálogos.