Apesar de se tratar de um filme de cunho histórico , Martel foge de muitos clichês do gênero e entrega uma obra acima de tudo com um certo frescor e uma cinematográfia bastante digna em termos de composição de imagem. Mas tive dificuldade com seu ritmo e com sua trama que beira o vazio o tempo todo.
Filme sobre a insanidade do período colonial na America Latina, onde uma terra e seus moradores, originários ou não, viviam sob a exploração de um império distante e invisível. A segunda parte, melhor, Tem um quê de Apolicapse Now.
Não somente irônico, mas complementar a si mesmo, 'Zama' é uma reconstrução histórica inteligente ainda que não consiga fugir da apatia que corrói algumas sequências, limitando a interpretação de certos aspectos, e tons. Destaque à formosa sonoplastia.
Lucrecia Martel realiza um filme com ênfase na espera, incertezas e solidão. Uma alegoria de como a herança colonial - uma sensação de imprecisão absoluta - continua a pairar como espectro sobre a América Latina. Além de contar com um visual espetacular.
Um encantamento para os olhos todo o arrojo técnico de "Zama", que serve para silenciar alguém que ainda diga que o cinema latino não tem qualidade técnica. Porém, a narrativa diluída e picotada prejudica o resultado final, o que é uma pena.
Um dos maiores compilados de cenas imprestáveis do ano, Zama é visual e sonoramente irretocável, divagando sem prudência e arrastando o longa num ritmo beirando o vazio. Ou o cinema de Martel não é para mim ou seus filmes são um porre mesmo.