Faz uma sessão dupla maravilhosa com Ad Astra. Sobre enfrentar o cosmos, e ao fazer isso, descubrir muito de si. Denis segue uma das grandes de nossa época.
Filme para ir tateando aos poucos suas imagens as vezes sedutoras mas sempre desconexas, no final não consegui me envolver o bastante nem entender as intenções da diretora.
Senti falta de uma sensibilidade maior de Denis, como em projetos anteriores. Muito é expositivo sem a necessidade de ser, abrangendo seus temas de formas forçadas e se misturando com seu cinema sem muito convencimento, prejudicando os personagens e a narrativa que nem sempre sabe como e onde ir. Mas ela ainda é muito assertiva em seus ângulos e em como trabalha seus atores.
Nessa obra fiquei dividido em momentos de admiração e frustração. Apesar de ainda não entender completamente algumas ideias e conceitos que Denis tentou passar com este filme, é inegável que possui diversos méritos (técnicos especialmente). Eu gostei do estilo narrativo não linear adotado aqui, Pattinson e Binoche roubam o filme. Uma viagem ao espaço que nos faz olhar para dentro do ser humano, para sua natureza, mas que não consegue atingir o próprio potencial.
Uma montagem meio esquisita e alguns elementos pouco aprofundados não ofuscam a profundidade tanto filosófica quanto estética desse sci-fi sujo e melancólico. A identidade humana abandonada em delicado entendimento de redenção.
Fiel ao seu cinema sensorial e imagético, Denis volta a exibir momentos pulsantes e levanta interrogações sem se preocupar em solucioná-las. Pattinson acerta de novo, mas Binoche também é dona da história.