- Direção
- Roteiro:
- Céline Sciamma
- Gênero:
- ,
- Origem:
- Estreia:
- 09/01/2020
- Duração:
- 120 minutos
- Prêmios:
- 72° Festival de Cannes - 2019, 77º Globo de Ouro - 2020
Lupas (18)
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Um romance lindamente dramático, o desespero de uma jovem que não quer se casar, duas jovens destinadas ao mesmo sacrifício, que época triste para nós mulheres... Muito lindo, intenso, romântico e triste, o tórrido do romance e cumplicidade entre duas mulheres, entre o trio, incluindo a criada Sophia, sintonia perfeita... Destaque para fotografia, as pinturas, caracterização e toda ambientação… Lindo lindo...
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É de uma construção minuciosa admirável, enaltecendo e aglutinando a arte e o amor - através principalmente da pintura -, com uma metáfora linda da jovem em chamas. Apesar das personagens tentarem fugir do materialismo e das convenções, porém, o conservadorismo está ali para estragar quase tudo... É notável que o trabalho poderia ser mais emagrecido - era só tirar a história inútil da gravidez e/ou outro vazio -, mas tudo bem. Noémie Merlant está perfeita.
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Da série, "espetáculos visuais com pouco conteúdo".
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Unm drama poderoso, bonito em forma e conteúdo, desde os diálogos instigantes até os olhares sempre expressivos entre as personagens, que parecem sempre gritar enquanto estão caladas junto a seus sentimentos. O apelo visual não acaba aí: os figurinos, os cenários, a escolha das cores, as luzes, o fogo no vestido, tudo constitui uma coletânea de formas, imagens e símbolos que visam penetrar na memória, como quadros que pedem para não serem esquecidos pelos visitantes que deixam o museu.
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O mito de Orfeu e Eurípedes transformado numa ode feminista, onde a morte é simbolizada pelo casamento forçado. Apesar de tratar de um romance homoafetivo, não se restringe ao público LGBT, é um filme que fala para todas as mulheres. A união de duas personagens fortes, uma simbolizando a sensibilidade artística, a poesia, e a outra a razão dura e a praticidade. E a fotografia remetendo a pintura da época é espetacular. O final com A Flauta Mágica, tb baseado em Orfeu, foi bem estiloso.
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Dotado de um charmoso minimalismo, com um visual morno, ao mesmo tempo com cores vivas. Possui muitos planos abertos e estáticos, deixando o longa seco. A simplicidade em seu lado plástico, principalmente no figurino, dão o toque final de sofisticação ao filme. Uma pena que a interpretação morta de Adele Haenel, completamente inexpressiva, cria um bloqueio com o espectador. Assim como o relacionamento entre as duas mulheres, que carece de sensibilidade e emoção. Muito sem sal.
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Sciamma deve ser a melhor diretora da atualidade. Fiquei estupefato com Lírios D'água (2007), intrigado com Tomboy (2011) e agora admirado. Conduz brilhantemente seus roteiros que giram sempre na temática lésbica, sem panfletarismo. As cenas parecem pinturas, a trama principal é coesa e fina. Só teria cortado a parte do aborto e achei forçada a intensidade da paixão lésbica que seria realista se fosse hetero. Tentando entender porque foi ignorado pelo Oscar até mesmo pelo tema! Now, 05-11-2020.
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"Vous avez rêvé de moi?" "Non, j'ai pensé à vous"
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"Mas não vê que o amor não se esconde Mesmo em silêncio pode se ouvir ao longe Não se foge, não se pode negar o amor Só entregar-se a esse planeta de cores"
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Um deslumbre visual. Várias composições que dariam ótimos quadros. Um amor construído aos poucos em meio a olhares, indiretas verbais e sugestões diversas. Uma reflexão sobre o amor em uma obra fortemente calcada no feminino. O detalhe no quadro é uma ode ao valor da arte como expressão sentimental e o final com a emoção ao escutar a mesma música apenas antes sugerida é um dos finais de filme mais poderosos que vi em muitos anos
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Fazendo da parte técnica o maior trunfo para retratar toda a arte que o roteiro tenta emular, Sciamma projeta cada cena com o mesmo cuidado que um pintor tem nos detalhes finais do acabamento de uma obra. Sua direção sensível consegue dar o tom correto a um tema que poderia parecer anacrônico com uma abordagem mais tosca. No entanto, há uma perda de qualidade em algumas subtramas, como o do aborto da criada, e também em alguns diálogos, que soam artificiais. Belas atuações de Haenel e Merlant.
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Com todo cuidado, é criado um quadro que Marriane poderia ter pintado para cada frame. O filme abusa do contato contido das personagens com a arte. O quadro incompleto, o cravo sob o lençol. As protagonistas possuem um ímpeto artístico reprimido dentro de si, refletido em cada detalhe da mise en scene. Vale uma revisão, só para observar melhor esses detalhes.
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É um filme bastante honesto em demonstrar os sentimentos e o desejo de forma bem cuidadosa, bem como a preocupação das personagens com a impossibilidade do amor. A cinematografia é bem detalhista e minuciosa, logo se percebe que Sciama de fato é uma diretora que merece maior atenção, todavia a sensação de deja vù é enorme, trocamos o amor impossível de um homem pela mulher prometida por o de uma outra mulher, solamente.
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Delicado e sensível drama sobre amor, solidariedade e cumplicidade. Uma narrativa minimalista, que compadece o espectador, aproximando-nos dos sentimentos do casal protagonista. A destacar ainda a belíssima direção de fotografia, em especial nas cenas a céu aberto.
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É possível sentir a paixão surgindo, o desejo latente. O espaço, o corpo, o íntimo. Em suma, amor. Uma força poderosa, ainda mais quando de frente a impossibilidade. Mas não é o efêmero a grande poesia? De qualquer forma é triste um mundo de regras impostas, onde a liberdade de ser é negada as mulheres. Pobre o homem que teme a condição feminina. Não posso deixar de falar da beleza dos planos, a simetria dos enquadramentos, a delicadeza da câmera, a presença do olhar. Palmas para Céline Sciamma.
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QUE final!
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Trocas de olhares, de visões, de afetos. Com tantos silêncios, diz-se muito. Até que a imagem supre todos os significados, transpõe e mescla artes até explodir usando o mínimo, de volta ao olhar. Obras de arte são os detalhes que conferem ao todo um caráter único, logo poderoso. Logo apaixonante. Fugaz no contato, eterno na alma.
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Um toque, um olhar. Pouco mais que isso é necessário para uma tensão sexual que exala na tela e um amor carnal contido puro e sincero, tendo a tristeza da separação certa pelas obrigações da mulher do século XVIII e todas essas emoções intensas ao estalar das fogueiras.