- Direção
- Charlie Kaufman
- Roteiro:
- Charlie Kaufman (adaptação), Iain Reid (livro)
- Gênero:
- Drama, Suspense, Terror
- Origem:
- Estados Unidos
- Estreia:
- 04/09/2020
- Duração:
- 134 minutos
Lupas (19)
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Não lembro de ter visto algo pior. Detestável.
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Sempre preferi a estranheza como meio e não como fim. Obras esquisitas dão a sensação de irregularidade, verborragia inútil e arrogância e as ilhas de sobriedade dão conforto e alívio. Não estamos aqui diante de um filme difícil, as referências são acessíveis quase sempre; o que se vê é uma alternância de bons momentos, como as considerações sobre o senso comum sobre a arte abstrata e as impressões de Pauline Kael sobre Uma Mulher sob Influência com alegorias que faz a obra andar em círculo.
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Tem alguns filmes deste estilo que você assiste, não entende nada, assiste de novo ou vê uma análise e assim seu conceito sobre o filme muda. Não foi o caso deste. Este é horripilante do início ao fim. Uma viagem completamente absurda, insuportável, lamentável. Facilmente um dos piores filmes que já tive o desprazer de assistir.
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Uma viagem para dentro de uma mente, suas lembranças, suas frustações, seus desejos e segredos, Kaufman cria um filme atmosférico que fala sobre muitos temas, as vezes parece criticar a si mesmo, as vezes critica a nós como sociedade e mesmo como consumidores de cinema, é profundo e confuso, levanta questões e nos apresenta artistas e discussões filosóficas, e as vezes é redundante e auto indulgente, mas, quero ver te Novo, apreciar mais uma vez, então...
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Complexo, desconfortável e repleto de símbolos. Um drama reflexivo sobre a passagem do tempo, solidão, a vida e suas frustrações. Provavelmente, não entendi todas as alegorias e metáforas e Kaufman, propositalmente, não soube ou não fez questão de explicar. Enfim, é um daqueles filmes confusos à primeira vista e que tendem a se tornar mais lúcidos após análise e leitura sobre suas interpretações e, quem sabe, uma revisão posterior.
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Vi; achei confuso, porém interessante; vi explicação; achei incrível. Tenho certeza que vou gostar ainda mais quando rever.
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Bem melhor que o livro, trazendo mais complexidade ao roteiro, com uma enxurrada de temas. Destaque para a passagem do tempo, o peso das lembranças e o limite das aparências. Há uma mudança brusca de foco em relação ao protagonismo da trama, que ficou no limite entre a genialidade e o afastamento da experiência, mas não deixou de estampar uma espécie de "vazio" sentida à chegada dos créditos.
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Filmes assim, sem pé, nem cabeça, me encantam, definitivamente, entretanto fico na angústia de não ter um significado definitivo, apenas os implícitos (e os explícitos cuja obra foi baseada, que nesse casa ajudam bastante), mas não solucionam a questão, a arte está em deixar tudo em aberto, para que o próprio cinéfilo crie seus significados nos mundos paralelos... Adorável...
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Entendo que seja um filme menos popular do Kaufman, principalmente na questão do ritmo, mas apesar de ser uma adaptação é um Kaufman legítimo. E do bom. O livro pelo q ouvi parece bem interessante, e seus temas, sua estrutura, sua profundidade psicológica, e seu mistério surreal, claro, conversam mto c/a obra de Kaufman. O quarteto do elenco dá show e as reflexões aleatórias sobre cinema, literatura, etc, inserções originais de Kaufman, são excelentes, em especial a de Uma Mulher Sob Influência.
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Uma experiência agonizante criada pela mente brilhante de Charlie Kaufman.
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O maior trunfo de Kaufman é também o seu maior defeito. A narrativa complexa encanta quem está enfastiado dos roteiros simplórios de Hollywood mas por outro lado acaba deixando a história muito truncada e fora de foco em diversos momentos. Overdose de simbolismos entremeados em cenas longas e verborrágicas. Há boas cenas que remetem a estranheza de Lynch e o final poderia ser melhor, mas pesando tudo ainda vale a pena conferir
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Kaufman desconstrói e constrói seus personagens os triturando dentro de suas ansiedades, dores e chegando a uma tentativa do quão complexo pode ser cada um. Suas marcas estão aqui, mas numa bagunça que pouco gera a ansiedade que propõem, que é se conectar com a bagunça da mente, e sim caindo na bagunça estética e rítmica que gera cansaço. Assim como em Sinédoque, só que bem mais, Kaufman, falha em como transitar sem se tornar exaustivo, nessa ideia das agustias mentais dos personagens.
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Trata-se de uma produção minimalista no que diz respeito a cenários e elementos cinematográficos, mas excessiva em seus diálogos e, principalmente, por sua escancarada pretensão de se mostrar um cinema de arte alheio ao entendimento do público. Isso pode soar pedante e até desnecessário.
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Kaufman quer expor muito de seu conhecimento e muitas vezes funciona. O começo é ótimo com a narração intimista e depois com o misto entre o pensamento de Jessie e seus discursos junto ao namorado mais distante que já existiu. Isso é muito problemático, eles não tem química nenhuma e pra o último ato isso só piora. Ao chegar na casa, Collette e Thewlis tinham tudo pra só fazer o longa decolar, mas a estranheza deles se tornou robótica e logo em seguida começou um devaneio presunçoso até o final.
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Memórias, lembranças e realidade se misturam, levando os personagens a reflexões que ficam aquém das pretensões de Kaufman.
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Dessa vez, Kaufman exagera na verborragia e nas referências, como se apenas quisesse colocar nas bocas de seus personagens suas velhas obsessões com o tempo e a identidade. Para alguns, a conexão é profunda, para outros, é uma sessão de brilhos ocasionais e muitas passagens entediantes, em que o falatório acaba dizendo bem pouco.
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Kaufmann praticamente condensa toda sua carreira em Estou Pensando... Aqui ele discorre sobre identidade, memória, tempo, envelhecimento, arrependimento, morte, suicídio sem nunca esquecer de seu trabalho metalinguístico costumeiro a respeito da plasticidade do cinema em sua relação de beleza x feiura. Um sonho filmado dos mais emblemáticos do cinema recente, que recorre demais ao cinema de Alain Resnais e o que se fazia nos anos 60.
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Mesmo com receios quanto a contradição autoimposta no final, Kaufman se justifica e analisa sua proposta em pleno transcorrer fílmico, transpondo as angústias do masculino ao feminino e vice versa. A construção social da manifestação artística que molda o autor e o decompõe.
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Dessa vez o roteiro do Kaufman chamou tanta atenção pra si e para a metalinguagem que as vezes pareceu meio verborrágico. Para um cinema que necessita de certa imersão (mesmo com recursos que vão no sentido contrário, como quebra de 4ª parede etc), a duração é bastante sentida e enfraquece um pouco a narrativa proposta. Se excede em certas sequências na estrada e acho que com um Spike Jonze na direção seria um filme melhor. Não é ruim, mas é bem inferior ao Sinédoque, que ainda é o melhor dele.