Lupas (29)

A parte técnica tem pecados graves, mas sou o tipo de cinéfilo que preza pelo roteiro e fiquei bem satisfeito com o enredo. Acho que alguns personagens deveriam ter suas histórias mais elaboradas para enriquecer ainda mais o roteiro, porém, no geral é um bom filme.

08/11/2023

Um dos melhores filmes do ano, com um ótimo enredo e atuação memorável da protagonista!

Um ótimo filme que toca em assuntos que são cada vez mais recorrentes e trabalha no plano da denúncia sem parecer incisivo demais. No final o que sobra é a catarse e violência em sua mais nítida forma.

A diretora sabe trabalhar bem com o tema do abuso sexual e as formas como as diferentes pessoas lidam com ela, não deixando de retratar até o "macho bonzinho" que está acima disso mas que teve seu papel de omissão. O que deixa a desejar são várias situações inverossímeis jogadas pelo roteiro. Seja como for Mulligan entrega uma boa atuação

Puta filmaço! Roteiro extremamente envolvente, desfecho foda! O meu preferido dos indicados ao Oscar 2021.

Um filme de detalhes e escolhas inteligentes (as ditas vinganças, o figurino, maquiagem). Um roteiro que ao mesmo tempo te frusta (é só isso que ela vai fazer?), te surpreende na tomada seguinte, pois nesse filme quem decide o que fazer e como fazer é Cassie (personagem de Mulligan, que canalisa uma energia impar e dá unicidade e profundidade bem vindas ao papel). Um filme feminino. Que usa de recursos de um thriller para construir uma deliciosa comédia satírica.

Aqui, todo homem se encaixa em dois perfis: (1) o potencial estuprador e (2) o conivente. O aceitável é o sujeito inofensivo, submisso. O advogado arrependido, desperdiçado, é o único personagem promissor, mas foi submetido à mero instrumento para o final surpresa - o "massa, véio!". A oportunidade de falar sobre um tema sério foi reduzida ao clichê ideológico. Oscar de "roteiro original" é grosseria.

Vitória de Pirro.

Com um tom provocante e dúbio, não dá a resposta esperada, muito menos didática sobre as relações com um mundo tomado pelo patriarcado. É tão real quanto absurdo, o que dialoga bem com nossa realidade absurda, dando caricaturas aos horrores descaradamente velados do nosso cotidiano. Uma confusão de gêneros, fantasiada com perfumaria de validade vencida.

Funciona pela atuação e pela força do roteiro (mesmo com alguns diálogos acima do tom e uma série de concessões). Conseguiu transmitir a sensação de que o machismo se vale de toda uma estrutura marcada pela cumplicidade entre os machos, pelo apagamento da voz feminina, enfim, pela cultura do estupro. Emblemático o clímax numa despedida de solteiro onde conta também com uma personagem feminina fetichizada (há uma temática de festa mais machista que isso?). É quase um Tarantino.

A opção por fugir do lugar comum das vinganças badass empoderadas, ao meu ver, potencializou mto o impacto do olhar feminista. Sem dúvidas é seu maior mérito. Inclusive o "trecho romancinho" inserido, achei super acertado. Potencializou mto meu mal estar por ser o homem que somos. E fora isso, é um filme de gênero bem estiloso, visualmente tem muita personalidade e a narrativa explora bem o tema do "estupro socialmente aceito". E a personalidade de C.Mulligan engrandece a obra. Merece o destaque

As decisões narrativas de Emerald Fennell conduzem o filme a direções criativas, sendo impossível ter certeza do que realmente ocorrerá na próxima cena. Com isso, traça-se uma vingança que, em vez de seguir o sangue e a violência comuns nesse tipo de filme, poupa-o de conclusões genéricas e opta pelo desmascaramento do cidadão de bem, incorrendo ainda no espelhamento e no reconhecimento tardio do machismo velado pelos próprios personagens e, certamente, por muitos espectadores.

Na lista do gênero que amamos, protagonistas mulheres fortes e vingativas, uma raridade o estilo estar prestigiados entre os premiados ao Oscar… Cheio de comentários misóginos, situações machistas, qual mulher nunca passou por isso, não tem como não sentir empatia, e se sentir vingada… E que desfecho, perfeito, surpreendente, inteligente… Dirigido por uma mulher, e debutando, fez um filme consciente, necessário e dolorido, na torcida pelo Oscar… Excelente…

Roteiro previsível, mas contando com uma Carey Mulligan que magnetiza com uma interpretação brilhante.

Durante a sessão confesso que até chegou a me dar certo arrepio mas analisando friamente o objetivo da personagem principal é nulo , gratuito eu diria na liçãozinha de moral que ela sugere para os baladeiros de plantão ou mesmo para as mulheres que ela confronta. Começa a funcionar melhor quando a "vingança" parte para o lado pessoal, mas tem conveniências demais na trama para deixar tudo crível. Enfim o ritmo é bom mas está longe de ser o tratado feminista que alguns andam clamando.

Seu humor negro peculiar e seu desenvolvimento feminista psicopata estiloso agrada. Seu desfecho que poderia ser mais tradicional e óbvio poderá desagradar a maioria, mas sua força está justamente nessa tentativa "cool" de vingança.

Filme ágil, bem interpretado, visualmente atraente, com premissa que, se incomoda, é porque assim deveria sê-lo.

Comédia dramática bastante engenhosa, sendo divertida e socialmente delicada ao mesmo tempo. Mulligan encarna uma interpretação cheia de energia e acidez, esbanjando carisma. A direção de arte estilo cupcake cai bem ao filme, servindo à sua ironia no contraste entre humor e os aspectos mais sensíveis da história. O tom dinâmico da narrativa se funde com um roteiro espirituoso cheio de ótimos momentos. O desfecho é meio estranho, mas o filme por completo é delicioso.

Extremamente relevante atualmente. Mas há uma sensação de que o filme poderia explodir, mas ele nunca explode. O relacionamento da protagonista com Ryan o torna um tanto clichê caindo p linha de filmes românticos descartáveis.