Evoca a alma felliniana, sua referência mais óbvia, contudo também percorre caminhos distintos. Iñárritu segurou a onda que não tinha conseguido em Birdman e entregou uma reflexão sobre o tempo e seus efeitos, só para ficar em um dos temas.
É um excelente filme? Nah, passa longe. Mas eu imagino o quanto deve ter sido difícil para o diretor falar sobre a sua vida pessoal assim de forma tão franca e aberta. A fotografia está excelente, mas D.K. não é um Lubezki.
Iñárritu se utiliza de conhecimentos e fragmentos de memórias para cutucar sua própria relação com os Estados Unidos, sua vida e a história sangrenta da América, refletindo sobre incoerências, relações familiares, saudade e luto. Sua narrativa e montagem experimentais que misturam sonho e realidade deve afastar o público, mas não nos enganemos, é um Cinema ousado para poucos que merece novas revisitas, mas de muito boa qualidade inegavelmente.
Uma viagem na mente de um irritado jornalista mexicano, percorrendo temas como patriotismo, relação familiares, colonização. Inaritu faz aqui seu filme mais autoral, e de fato o tom em crônicas permeia toda obra. Acontece que ser uma crônica não significa ser episódico, e o que vemos aqui é um amontoado de ideias excelentes, como o diálogo com Hernan Cortez que é primoroso (sobre a montanha de corpos), e outras apenas aborrecidas mesmo (como a relação com os filhos). Ao final o saldo é positivo