Fiquei com a sensação de um filme que não chega em lugar nenhum. Tem um começo promissor, uma presença estética quente e sensual, um bom elenco, mas não entrega o prometido, vive de bons momentos isolados. Karim Ainouz já fez melhor.
Bom ver um diretor nacional com boas referências, bom também ver um capricho devido na produção. Fotografia e trabalho sonoro ficaram impecáveis, aliados a uma história tensa que se sobressai no mercado nacional.
A tensão criada pelo filme na relação entre os três protagonistas é foda! A parte isso, é tipo a música do Otto: ""no condon black é assim, é pau é cu é buceta!!!
As cores quentes e a tensão lúbrica entre o trio central saltam aos olhos. Sob essa roupagem, Aïnouz reafirma a força de seu cinema autoral, mas faz concessões um tanto bobas na reta final da história. Também vale para ver Assunção entregue a um papel bem destoante daqueles com que construi boa parte da carreira.
A ambientação derivada do neonoir (um "Body Heat" nas cores e no calor do Ceará) até tenta alavancar o filme a um patamar mais marcante, contudo a empreitada revela-se impossível diante de dois protagonistas tão fracos - especialmente o Iago Xavier, que, de tão ruim, provoca gargalhadas em vez de tensão no clímax da história. Fábio Assunção deita e rola no papel, mas merecia parceiros de cena muito melhores.
O que faltou pro Iago Xavier se pegar com o Fábio Assunção? Pô, o filme é lindão, as cores usadas no motel, o suor, a iluminação dos quartos, as tomadas onde é possível ver o céu, a praia lá fora, a cena da cova, mesmo a noite... tudo tão lindo... E o Iago sempre arrancando suspiros, mas pelo amor de Deus, o moço exala bissexualidade né? Deixá-lo como um macho "falocentrado" pesou um pouco, ainda mais que ele tinha dificuldade em mostrar imposição, mas no pole dance e nas dancinhas...