Em 2014, assisti no cinema, no mesmo dia do aniversário de Carl Sagan, o filme de ficção científica "Interestelar" (Interstellar, 2014), do diretor Christopher Nolan. Na obra, a humanidade está em fase de extinção e a última esperança é encontrar um novo planeta para recomeçar, algo que se torna possível quando um wormhole (buraco de minhoca) é encontrado perto de Saturno, permitindo a viagem até outra galáxia com planetas habitáveis.
Em 1968, Stanley Kubrick maravilhou pessoas no mundo inteiro ao leva-las numa viagem pelo espaço, em "2001 - Uma odisseia no espaço" (2001 - A space odyssey). O filme de Nolan bebe muito dessa fonte. Assim como em 2001, temos conceitos de Física envolvidos no roteiro: Kubrick foi auxiliado por Arthur C. Clarke, já Nolan foi auxiliado por Kip Thorne. A diferença está no peso dado nas explicações. Kubrick não se preocupou em dar muitas explicações, enquanto Nolan dedica parte do roteiro as explicações científicas, provavelmente uma forma de deixar mais "compreensível" conceitos complicados como a teoria das cordas, wormholes, buracos negros, relatividade, etc. Outro ponto em comum entre os dois filmes é a presença de tripulantes robôs na missão. TARS acaba sendo uma mistura do HAL-9000 (de 2001) com o Marvin (de O guia do mochileiro das galáxias). A principal diferença entre as duas obras é a atenção dada aos dramas humanos. A obra de Kubrick tem uma certa frieza onde a maior emoção parte, de forma inusitada, da própria máquina. Na obra de Nolan, dramas pessoais é o que não faltam, com o envolvimento de personagens preocupados com parentes que ficaram na Terra.
O grande mérito de Interestelar talvez seja o de tentar resgatar esse maravilhamento, esse fascínio e curiosidade que o desconhecido provoca... algo que está em falta no cinema atual. Não é maior que o filme de Kubrick, mas é um excelente filme!
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