Há tempos, notamos remakes e mais remakes de clássicos do terror sendo produzidos mas que, infelizmente, "envergonham" suas obras originais. Ainda nessa mesma "onda", temos "Evil Dead", refilmagem do clássico "The Evil Dead", de 1981. Se "Evil Dead" não "envergonha" a obra original, a lembra genericamente. O que pode ser algo positivo ou negativo, dependendo do ponto de vista.
Em "The Evil Dead", Sam Raimi (que fez mágica com os recursos que tinha à disposição) nos deu um filme que, indiretamente e que talvez com o passar do tempo, ficou com uma sincronização perfeita entre o "gore" e o humor negro. Assim como é inevitável não ter uma mínima aflição ao ver uma lápis de ponta afiada sendo fincado em um tornozelo, é impossível não achar muito, muito engraçado e cômico o personagem principal, Ashley ("Groovy!"), sendo jogado para lá e para cá em todas as malditas prateleiras da cabana (são muitas, viu). E, nesse filme, na comparação dentre esses dois quesitos, eu poderia ficar comentando por aqui pelo dia inteiro, podem acreditar.
Temos ainda a sensação onipresente de perigo, como se ele estivesse sempre pairando no ar. Se Ash tivesse um "sentido de aranha", como o Homem-Aranha possui, ele estaria sempre disparando, por exemplo.
Já no remake, não há nada dessa sincronização e tampouco dessa sensação. Nele, há presente o "gore". E o "gore". E só. Nesse ponto, que talvez seja o mais positivo (pelo que irei comentar em seguida) e o mais negativo (pelo que comentei antes), o filme se destaca: as cenas desse tipo são conduzidas com maestria. Fazia anos que eu não assistia a um filme que contém cenas "+18" tão criativas e bem feitas.
Mas, para mim, o fator essencial está no personagem principal. Originalmente, torcemos (e muito!) para Ash dar a volta por cima e se safar dessa enrrascada. Em contrapartida que, no remake, apesar de todo um drama familiar e particular por trás, Mia (bem-interpretada por Jane Levy) não nos cativa e sentimos, até, uma ponta de indiferença em se ela vai, ou não, escapar dessa enorme treta.
Apesar de todos os prós e contras, é um filme recomendadíssimo. Recomendadíssimo para você que, como eu, pretende se tornar um cinéfilo de mão cheia e que quer dar uma conferida para fazer as inevitáveis comparações entre os dois filmes. E para você que, também como eu, gosta de filmes desse gênero e que quer um passatempo descompromissado.
Preste atenção nas referências e, mesmo correndo o risco de ficar só na sala de cinema se o fizeres, assista até quase o final dos créditos.
Bom divertimento!
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