Após ver seu irmão Edward (Guy Pearce) abdicar o trono inglês, o jovem George (Colin Firth) se vê obrigado a assumir relutantemente a coroa. Dono de uma incontrolável gagueira que o impede de discursar para o público, o rei busca a ajuda de um terapeuta nada ortodoxo Lionel Logue (Geoffrey Rush).
O Discurso do Rei, acima de tudo, possui uma boa história. Peculiar. Com a qual, inclusive, me identifiquei. Porém, a execução do filme em si foi feita de maneira cartesiana. Muito regular. O que deixa à impressão de ter sido planejado já com a intenção de disputar por Oscars. Veja, enquanto filmes ousados como Cisne Negro dividem o público, O Discurso do Rei não provoca rejeição. E a cerimônia do Oscar é muito política. Afinal, os filmes são escolhidos por voto.
O filme é bom!, que fique claro. Mas quando se compete com obras como A Origem e Toy Story 3, é quase ofensivo que ele seja o mais cotado a ganhar. Ainda mais quando filmes maravilhosos como Ilha do Medo ficaram de fora.
Além da boa história, como citei, as ótimas direção de arte, fotografia e trilha sonora, só contribuem para tornar de O Discurso do Rei um filme mais cativante. Apesar da polêmica acerca de alguns cenários terem sido usados em uma produção pornô, o filme não se torna menos bonito por isso. Ainda assim, o destaque vai para a fotografia. Que é linda, e prestativa. Ou seja, consegue nos passar com perfeição a atmosfera da época em que o filme se passa.
O elenco está maravilhoso, por mais que este não seja sempre. Colin Firth, que já fez o péssimo Nanny McPhee, está em um dos papeis mais convincentes de sua carreira. Sem precisar necessariamente “dar o sangue”. Geoffrey Rush, consegue interpretar o personagem muito bem, dando à ele um tempero pessoal, o que é muito bem vindo. Pelo menos nesse caso. Realmente espero que leve o Oscar de ator coadjuvante. Helena Bonham Carter chama a atenção, justamente por estar em uma performance contida. Em muitas cenas, ela consegue ser cativante. Enfim, no geral, o desempenho do elenco é uma agradável surpresa. A única, pior e incompreensível atuação é a de Timothy Spall, que dá ao seu personagem uma vertente totalmente caricata e forçada.
Se o diretor não tivesse feito um filme tão quadrado, talvez conquistasse ainda mais a minha simpatia. Além de, se a ousadia fosse maior, estar entre os melhores filmes fosse algo merecido. No entanto, é um exagero. E ficarei demasiadamente desapontado, se o Discurso do Rei levar mais estatuetas do que mereça para casa.
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