Deficiência Intelectual não quer dizer ausência de sentimentos
O filme “Uma Lição de Amor” rendeu uma indicação ao Oscar a Sean Penn pelo papel de um autista com deficiência intelectual. Assim, é por abordar nuanças menos conhecidas do Espectro Autista que a obra consegue tocar o espectador. Afinal, autistas com deficiência intelectual ou outras condições coexistentes, que prejudiquem ainda mais as suas habilidades comunicacionais e de interação social, também são pessoas. E como tais, trazem em si o que é intrínseco à natureza humana.
Mas é nas relações entre os personagens, muito bem defendidos pelo elenco de primeiro nível, que o filme provoca forte empatia e ganha o espectador. O personagem de Penn parece ter uma tripla missão na obra: transformar-se, tecer a relação com a filha (vivida por Dakota Fanning) e ainda ser um agente para o aprimoramento pessoal da advogada de defesa, papel de Michelle Pfeiffer.
E se alcançar isso tudo parece desafiador demais para uma pessoa com as características do protagonista Sam, a delicadeza da intepretação de Penn é imprescindível para o sucesso da produção. O intérprete não teme ao se expor e evidencia todos os desafios e dificuldades de Sam, mas traz em si a forte presença do amor que é exatamente o responsável por seu crescimento. E não se trata de um amor piegas, que arranca, facilmente, lágrimas aos olhos do espectador. O amor vivenciado pelo personagem é a força que o guia e que impulsiona o seu crescimento, e acaba por contagiar todos os que estão ao seu redor.
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